Jornal Estado de Minas

Candidatos abusam da criatividade nas urnas

De olho nos votos dos eleitores de Belo Horizonte e, apostando em uma fórmula que teve sucesso em pleitos anteriores, boa parte dos 1.416 candidatos a vereador que pediram registro ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) usou as profissões para se identificar nos nomes de urnas, aqueles que aparecem nos santinhos de propaganda e na tela que registra a escolha do eleitor. Outros apostaram em apelidos de infância ou nomes bem-humorados.


E o que não falta é variedade. Tem cabeleireiro, acupunturista, engenheiro, farmacêutico, médico, enfermeiro, motorista. Eles também se apresentam relacionados com algum lugar como bares, postos, lava a jatos, bancas e vidraçarias. O maior sucesso dos registros na capital mineira é entre os educadores. Foram 41 pedidos para concorrer com o nome de urna começando com professor ou professora. Além deles, houve quem escolhesse ser chamado como “da creche” ou “do escolar”.


Outra área sensível à população, a saúde, também está entre as mais registradas na listagem do TRE. Ademar, Cleber, Wladmir Carminha, Gláucia e Zé Maria são alguns dos 10 candidatos que usaram seus primeiros nomes e finalizaram com “da saúde”.
Há ainda Andreia “da vacina”. Além deles, concorrem quatro “enfermeiros” e 10 representantes “da farmácia”. Outros dois seguiram a linha do vereador Bim da Ambulância e usaram a mesma terminação.

Entre os postulantes, 22 entre médicos ou advogados se registraram iniciando os nomes com doutor ou doutora. Outra categoria sempre bem representada é a dos salões de beleza. Concorrem este ano Alex, Leia, Nando e Paulinho “cabeleireiros” e Cida, Dudu, Josias, Josman, Ju, Oliveira e Simone “do salão”.

No segmento alimentício, os eleitores podem escolher entre Fátima Burger, Juninho do Cachorro Quente e Gordinho do Sanduíche. Este último, aliás, também usou a característica física e o apelido que tem há 40 anos para se identificar. “Se me chamam de Wellington nem viro, mas se gritam ‘gordinho’ olho logo”, afirmou o dono de um trailer no Bairro Esplanada.
Ele pesa 120 quilos, mas já pesou 200. Ainda na lista gastronômica aparecem Ana da Sopa e Marisa do Bolo. Há ainda quem se identificou como da mercearia ou da padaria.

Entre os que apostaram em apelidos há Alan Bonitão e Gladiston Gatão. Mas não se engane. “Na verdade sou uma decepção visual. Gatão é um apelido de infância que minha vó colocou quando nasci”, explica o representante comercial Gladiston, de 56 anos. Segundo ele, a alcunha foi escolhida porque a avó tinha muitos gatos e não gostava da mania do filho de dar nomes estrangeiros aos netos dela.

FÉ E SEGURANÇA

O segmento religioso também está nos nomes de urnas dos candidatos. Há três “bispos” e 16 que colocaram “pastor” no nome.
Tem ainda um candidato “da pastoral de rua” e outro “da igreja”. Outra categoria que vem forte é a dos representantes da segurança. São dois coronéis, seis sargentos, cinco delegados e dois que colocaram no nome a Polícia Federal.

O eleitor também pode votar o cantor, no DJ, no carteiro ou no conselheiro tutelar. Todos essas atividades fazem parte da identificação dos candidatos. Quem gosta de água pode escolher entre Guinho Piscinas ou Alexandre da Natação. Já os fãs de academias podem optar por Dora da Ginástica ou Enrico Zumba. Para quem gosta dos bichinhos há “Alair Em Defesa dos Animais” e “Luiz Wagner Veterinário”. No transporte, tem candidato motoqueiro, motorista, taxista e “da autoescola”. Também não faltou quem tenha optado por se identificar por local. O TRE registra em BH três japoneses, cinco baianos e uma gaúcha.

 

 

 

 

 

 

 

 

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