Ainda vai levar umas 48 horas pra cair a ficha de que as Olimpíadas do Rio acabaram. Foi bonita a festa, deu quase tudo certo na organização dos jogos. O abraço caloroso dos cariocas nos atletas e turistas e a beleza natural da cidade, além de tudo ter funcionado a contento na Vila Olímpica, estádios e raias, abafaram críticas e protestos. O maior escândalo internacional foi o limão que virou limonada: o caso do nadador norte-americano que inventou um assalto para encobrir uma noite de esbórnia com os amigos mal-educados. Não houve atentado terrorista, muitos recordes mundiais e olímpicos foram batidos. E o Brasil não fez tão feio assim nas competições, apesar do número de medalhas ser menor do que o previsto.
Ficamos em 13º lugar entre 206 países e conquistamos o maior número de ouro e de medalhas da história. Foram 19 no total, com sete de ouro, seis de prata e seis de bronze. A melhor campanha do ouro havia sido em Atenas 2004 (5 ouros, 2 pratas e 3 bronzes) e, no geral de medalhas, em Londres 2012, com 17 (3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes).
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Mais de 60 votos pelo impeachmentDocumento da OEA sobre impeachment é 'besta', diz SerraCâmara envia ao Itamaraty resposta a questionamento da OEA sobre impeachmentO jornalista Sérgio Cabral, pai, costuma dizer que no Rio de Janeiro toda solenidade começa como uma ópera e acaba em carnaval, por causa da marchinha Cidade maravilhosa, de André Filho, hino da cidade. Foi mais ou menos o que aconteceu na festa de encerramento, que confirmou a essência do maior evento internacional do planeta: a celebração da paz e a confraternização entre os povos. Foi o que se viu na noite de domingo, quando todo mundo caiu no samba. Destaque para a valorização de nossa cultura popular e para a apresentação dos japoneses, cujo primeiro-ministro, Shinzo Abe, que roubou a cena vestido do personagem Mario Bros ao apresentar a cidade-sede dos jogos de 2020: Tóquio. Quem apostou no fracasso dos jogos, perdeu. Quem exagerou nas críticas, desculpe- me a expressão, teve que nos engolir.
Agora é a volta à calma, como se diz no esporte. O Rio de Janeiro terá que fazer o balanço de perdas e danos da festa.
Vida que segue
A propósito da política, o Brasil não é mesmo para principiantes. Toda essa festa aconteceu às vésperas do julgamento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, que começa na quinta-feira, sob comando do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski. Seis ex-ministros da presidente afastada votarão a favor da sua cassação: Garibaldi Alves (PMDB-RN), Eduardo Braga (PMDB-AM), Marta Suplicy (PMDB-SP), Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Eduardo Lopes (PRB-RJ).
A Lava-Jato, porém, continua sendo um vetor da crise ética, que já começa a rondar o Judiciário. Ontem, a Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou a suspensão das negociações do acordo de delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e de outros executivos da empreiteira por “quebra da confidencialidade”. Nos bastidores da operação, comenta-se que o vazamento da citação do nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, supostamente pelo executivo Léo Pinheiro, teria o objetivo de forçar o Ministério Público a aceitar a delação premiada nos termos propostos pelos advogados da empreiteira. Numa das mensagens extraídas do celular de Pinheiro, haveria referência a uma obra na casa de um ministro do STF, mas não há nomes nem indicação da prática de crime.
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