Barrado pelos próprios colegas de farda na solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência em Ouro Preto, na Região Central do estado, no último 21 de abril, o deputado Sargento Rodrigues (PDT), atual candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, tentou por seis vezes uma explicação do comandante-geral da Polícia Militar e finalmente obteve uma resposta nesta quarta-feira. Sargento Rodrigues é presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas e requereu a audiência alegando se sentir ofendido, chateado e amargurado.
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Sargento Rodrigues e Edson Pereira registram chapa no TRE para concorrer à PrefeituraPTB indica candidato a vice-prefeito de BH em chapa de Sargento Rodrigues (PDT)PDT lança candidatura do deputado estadual Sargento Rodrigues à Prefeitura de BHDepois das seis tentativas frustradas de audiência, o comandante-geral da PM de Minas, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini, compareceu na tarde desta quarta-feira à Assembleia acompanhado de outros 12 coronéis e do secretário de Estado de Governo, Odair José da Cunha.
O comandante da PM disse que estava, sim, presente na solenidade em Ouro Preto, e justificou que o evento era do Executivo e que, portanto, era este poder quem tinha a autoridade para estabelecer quem seriam os convidados. Sargento Rodrigues reagiu dizendo que ele e lideranças sindicais teriam sido tratados com truculência e impedidos de acessar a área da cerimônia.
Sargento Rodrigues, que comandou a reunião, fez vários questionamentos ao chefe da PM. Quis saber quem era o chefe do cerimonial no dia 21 de abril, se o comandante-geral estava presente e se houve ordem do governador ou dele para que não permitisse a entrada do parlamentar e dos representantes das entidades que o acompanhavam para promover manifestação na Praça Tiradentes.
E o chefe da PM respondeu: “Recebemos recomendação que só entrariam para o local especificado quem fosse convidado e quem estivesse com a credencial entregue pela empresa de cerimonial contratada para o evento. Os policiais estavam lá cumprindo essa determinação. Eu estava lá no dia, recebi ligação pedindo autorização para entrada dos manifestantes e disse que não estava autorizado a deixar entrar quem quer que fosse, uma vez que não era um evento da PM. Portanto, não tinha autoridade para tal”, explicou o comandante da PM.
Ainda de acordo com comandante, ninguém foi impedido de se manifestar.
O comandante-geral da PM o mesmo procedimento é usado com demais trabalhadores que fazem manifestação. “Com qualquer servidor adotamos a mesma ação. Se algo foi excessivo, o Ministério Público está apurando. Caso tenha ocorrido realmente algum abuso, o MP vai se manifestar por ação penal.
O chefe do Gabinete Militar do governador, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, reafirmou que o evento era do governo do estado e que, portanto, quem tinha que deliberar quem poderia ou não ter acesso eram, mesmo, os integrantes do Executivo, “com total competência para tal”. Segundo ele, todos os convidados, incluindo representantes e membros do Movimento dos Sem Terra (MST), tiveram que passar por credenciamento.
O Sargento Rodrigues disse ter ficado “chateado” e “amargurado”. “Não queria nunca ser barrado por uma tropa de choque. Fui a Ouro Preto para a defesa da classe, do não parcelamento dos salários dos servidores da segurança pública, e fui recebido com gás lacrimogênio. Fiquei chateado e amargurado”, reclamou o deputado..