Brasília, 27 - Ao explicar sua fala de que o Senado não tem moral para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse ontem se incluir no grupo sem condições de avaliar os crimes pelos quais a petista é acusada. A frase deu início a uma discussão em plenário na manhã de anteontem e voltou ser polêmica na sessão de ontem.
Leia Mais
Renan diz que foi provocado por Gleisi, mas que sua reação foi desproporcionalEm nota, PT do Senado se solidariza com Gleisi e rejeita interferência de RenanBate-boca com Gleisi pode levar Renan a votar pelo impeachment, dizem aliadosSTF julga hoje denúncia contra a senadora Gleisi e o ex-ministro Paulo BernardoBate-boca entre senadores volta a tumultuar julgamento de Dilma"Não me arrependo (de afirmar que a Casa não tem moral). O Senado não tem moral para julgar a presidente Dilma. Uma parte grande dos senadores está respondendo a processo, inclusive eu", disse Gleisi. "Me incluo nisso", afirmou. E complementou: "Estou apontando o dedo para uma pessoa, tem três apontados para mim."
Gleisi e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após a investigação policial concluir que os dois receberam R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobrás. Eles negam irregularidades.
Arrependido
Ontem à tarde, Gleisi ligou para o presidente do Senado para tentar desfazer o mal-estar entre os dois após o embate no plenário, mas ele não atendeu o telefone. A petista diz ter deixado um recado para o peemedebista.
Desde o embate, o peemedebista montou com assessores uma ação de contenção de danos. "Eu morro de arrependimento quando isso acontece", disse Renan. .