Esteio, 27 - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, sinalizou neste sábado que o presidente em exercício, Michel Temer, ainda não bateu o martelo sobre a possível recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Cobrado por produtores rurais e questionado por jornalistas em sua passagem pela Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários), no Rio Grande do Sul, Padilha disse que Temer estuda três possibilidades para o MDA, mas que o tema só será retomado após a conclusão do processo de impeachment.
Assim que assumiu a presidência, Temer fez mudanças na Esplanada e o MDA passou a ser a Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, subordinada à Casa Civil. No dia 11 de agosto, Padilha afirmou que já estava definido pelo governo que em setembro o MDA seria recriado. Entretanto, alguns interlocutores de Temer disseram que a questão ainda não estaria fechada e que o presidente em exercício ainda estaria "refletindo a respeito".
Na Expointer, havia a expectativa de que Padilha pudesse trazer uma palavra final sobre o assunto, mas ele manteve o suspense. Durante a cerimônia de abertura, o assunto foi lembrado. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, por exemplo, disse que contava com a recriação do MDA. "Queremos a volta do ministério em setembro, como foi anunciado. Precisamos disso", falou.
Padilha não entrou neste tema em seu discurso.
"Ele (Temer) ainda não sabe se este ministério será autônomo, se ele vai ficar junto com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, como foi a concepção original, ou junto com o Ministério da Agricultura. Ele tem as três hipóteses em estudo", disse. "Mas este é um tema para depois de nós termos confirmado o presidente de forma definitiva."
Já o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que também participou da abertura do evento, afirmou que o governo olha o agronegócio "como um todo", sem esquecer a agricultura familiar. Ele disse que a prioridade é oferecer à população brasileira produtos de qualidade e com preços competitivos, mas reconheceu que é necessário ter políticas diferentes para o pequeno e para o grande produtor..