Após três dias de julgamento, oito testemunhas ouvidas, longos embates técnicos entre defesa e acusação e muito bate-boca em plenário, o quadro em desfavor da presidente afastada, Dilma Rousseff, parece consolidado. O sentimento é de que cada senador, juiz do processo, já entrou no julgamento com a convicção política do seu voto. Argumentos técnicos não são levados em consideração por ambos os lados. Levantamento do Correio, atualizado ontem, indica que, dos 64 parlamentares que declararam como vão se posicionar, 46 vão pelo impeachment e 18 contrários. Os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO) e Omar Aziz (PSD-AM), que votaram pela admissibilidade do processo de impeachment e também pela pronúncia, são os dois únicos que permanecem indecisos.
Há 14 senadores que preferiram não revelar o voto. Desses, apenas Elmano Ferrer (PTB-PI), Otto Alencar (PSD-BA) e Roberto Muniz (PP-BA) disseram “não” à pronúncia da presidente afastada, Dilma Rousseff. Desta maneira, se os posicionamentos forem mantidos, o placar final ficaria 59 a favor do impeachment e 21 contra. Para afastar a presidente de maneira definitiva, são necessários 54 votos.
No levantamento feito pelo Estado de Minas na última terça-feira, os senadores Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Lúcia Vânia (PSB-GO) e José Maranhão (PMDB-PB) não haviam sido localizados. Agora, José Maranhão afirmou que votará pelo impeachment e os outros dois preferiram não revelar como se posicionariam.
Colaboraram Julia Chaib e Paulo de Tarso Lyra