Senadores que começaram a chegar ao plenário do Senado para ouvir o depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff dividem opiniões sobre o uso da palavra golpe para se referir ao impeachment.
Enquanto nomes ligados à petista defendem que Dilma use o termo, parlamentares a favor do impeachment dizem que irão reagir e que consideram a palavra ofensiva.
"Se alguém quiser impedi-la de falar em golpe vai querer cercear o direito de defesa dela e o nosso direito de liberdade de expressão", disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
Ele afirmou esperar que esta segunda-feira fique conhecido como "o dia da redenção".
Já Aécio Neves (PSDB-MG) disse que os senadores estão preparados para receber Dilma com o mais "absoluto respeito", mas que irão reagir se ela falar em golpe.
"Se a presidente usar a palavra golpe, ela estará, em primeiro lugar, ofendendo o presidente do Supremo Tribunal Federal . Será indagado ao presidente do STF se ele preside um golpe. Não acredito que a presidente Supremo cometa esse erro primário", disse.
Aécio afirmou ainda que espera que Dilma "preste contas" não somente ao Senado, mas à história, e reconheça "os erros monumentais do seu governo que levaram o Brasil a essa situação de extrema gravidade".
Collor
O ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Melo (PTC-AL) já está no plenário do Senado para participar do depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff, na sessão de julgamento final do impeachment. Collor, que também sofreu impeachment em 1992 quando era presidente, não foi visto no plenário nos outros dias de sessão.
Collor chegou ao plenário sorridente e cumprimentou uma das autoras do pedido de impeachment, a advogada Janaina Paschoal. "Prazer em conhecê-lo", respondeu Janaína.
O ex-presidente também cumprimenta outros senadores tanto da base aliada quanto da oposição ao presidente em exercício Michel Temer. Ele também cumprimentou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que comanda a sessão.
Na última sexta-feira, Collor esteve reunido por mais de duas horas com Dilma no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República. A conversa foi reservada e, segundo pessoas próxima a Dilma, foi o senador quem a solicitou. Collor votou contra Dilma nas duas primeiras votações do Senado, mas seu voto no julgamento final ainda é desconhecido.
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