O fim da verba indenizatória na Câmara Municipal de Belo Horizonte vai gerar uma economia anual de cerca de R$ 1,2 milhão. A conta foi apresentada pela Diretoria Financeira da Casa, com base no índice de contenção de gastos que tem sido registrado mensalmente desde o fim do ano passado, quando foi extinto o formato de pagamento de despesas dos vereadores mediante apresentação de recibo.
Com a instituição das licitações, o Legislativo tem registrado gastos de 20% a 25% menores a cada mês.
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Câmara de BH quer proibir salário extra na prefeitura e no LegislativoCâmara de BH rejeita impeachment de Marcio Lacerda Em primeiro turno, Câmara de BH aprova redução do salário de vice-prefeito e secretáriosPresidente da Câmara Municipal quer reduzir salários de secretários da PBHCâmara de BH muda gasto da verba indenizatória para vereadoresVereadores de BH querem voltar com verba indenizatóriaTambém já foram licitados serviços e material de informática. Em janeiro, foram extintos os pagamentos de despesas com lanche, refeição, eventos institucionais, escritório parlamentar, rede social e assinatura periódicos.
Cada um dos 41 vereadores tem direito a gastar até R$ 15 mil com as despesas do mandato. No formato de indenização, eram consumidos R$ 615 mil ao mês e R$ 7,38 milhões anuais.
A Diretoria Financeira destacou que o valor poderia ter sido aumentado para R$ 18 mil, já que, em maio, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais reajustou a verba dos deputados estaduais em 35%, de R$ 20 mil para R$ 27 mil.
Com a opção de congelar o valor, nas contas da Casa, o Legislativo deixou de gastar mais R$ 3 mil mensais por vereador, o que daria R$ 123 mil por mês para todos os parlamentares.
Com as licitações, os gastos foram reduzidos em média R$ 2,5 mil por vereador, o que equivale a R$ 102,5 mil mensais e R$ 1,230 milhão por ano. “Além da economia, tem a transparência. Somos a primeira câmara do Brasil a acabar com a verba indenizatória. Hoje não tem mais apresentação de nota fiscal, é tudo licitado. Cortei ainda o lanche e a refeição, não existem mais”, afirmou Wellington Magalhães.
Segundo o presidente da Câmara, a economia ocorre porque quando se compra os itens em maior volume o valor sai mais baixo. Além disso, Magalhães acabou com o recesso parlamentar de julho. “Agora, férias só em janeiro igual a todo trabalhador.
O vereador afirmou que as medidas foram tomadas para atender apelos populares. “A política mudou e quem não se adaptar, as urnas vão falar”, disse.
Secretários
Também visando à economia aos cofres públicos, a Mesa da Câmara apresentou dois projetos já aprovados em primeiro turno tratando da remuneração de secretários municipais.
O primeiro limita o vencimento dos secretários e seus adjuntos em 80% e 70% do subsídio do vereador, respectivamente. Para o vice-prefeito, o valor será o mesmo dos parlamentares municipais e o salário do prefeito permanece inalterado.
Magalhães também apresentou texto que proíbe o acúmulo de remuneração de vereadores, prefeito, secretários e adjuntos com pagamento por participação em conselhos.
Atualmente, quem integra um dos 48 conselhos pode aumentar seu vencimento com jetons de R$ 1 mil a R$ 5 mil. É ainda é permitido participar de mais de um grupo.