Buenos Aires, 31 - O governo argentino emitiu comunicado com o título "Processo institucional no Brasil", no qual se manifesta em dois parágrafos sobre o julgamento verificado no "país irmão".
O texto, divulgado enquanto o presidente Mauricio Macri e a chanceler Susana Malcorra voavam para a reunião do G-20 na China, menciona a vontade argentina de "continuar pelo caminho de uma real e efetiva integração no marco do absoluto respeito aos direitos humanos, às instituições democráticas e ao direito internacional".
A nota ainda diz que a Argentina renova seu desejo de continuar trabalhando com o governo brasileiro em temas de interesse mútuo "das agendas bilateral, regional e multilateral, assim como para o fortalecimento do Mercosul".
O país foi o primeiro integrante do bloco regional a reconhecer a institucionalidade do processo de impeachment, quase uma hora depois da posse de Michel Temer ser noticiada na Argentina. O governo de Mauricio Macri sofreu críticas da oposição em maio pela rapidez com que emitiu uma nota em que dizia estar dialogando com as "autoridades constituídas". O texto foi enviado minutos após o afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado, quando ainda não havia amanhecido na Argentina.
Entre os outros integrantes do Mercosul, a diplomacia paraguaia mantinha-se em silêncio no fim da tarde desta quarta-feira, sob argumento de que era um "tema interno". A chancelaria uruguaia, que viu com reservas o processo brasileiro, em razão da afinidade do governo de Dilma com a Frente Ampla, coalizão que sustenta o governo de Tabaré Vázquez, também não havia se manifestado.
A Venezuela emitiu um comunicado pelo Twitter de sua chanceler, Delcy Rodríguez, às 15h42, condenando o que classificou como um golpe.