Os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se dividem entre o apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, votado ontem pelo Senado por 61 votos a 20, e a rejeição ao processo que retirou o mandato da chefe do Executivo. Veja o que disseram os candidatos logo após o discurso de afastamento da presidente.
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Ex-presidente do STF critica nas redes o 'impeachment tabajara'Dilma Rousseff mantém movimentação por plebiscitoMST promete ato 'com sangue nos olhos'Manutenção dos direitos políticos de Dilma provoca 'racha' na base aliada de TemerCandidatos a prefeito de BH buscam votos até no feriadoEm debate, candidatos à PBH passam por saia justa com perguntas de alunosCandidatos a prefeito em BH têm gastos de campanha abaixo do esperadoEm segundo lugar nas pesquisas, com 14% das intenções de voto, o candidato Alexandre Kalil (PHS) acredita que o impeachment da presidente repercutiu a voz das ruas. “Na minha opinião, nem foi pelas pedaladas que a presidente Dilma sofreu impeachment. Ninguém põe milhões de pessoas na rua por causa de pedalada. E quando esses milhões de pessoas vão às ruas, perde-se a sustentação política e não há governante que fique de pé”, comentou o candidato.
Em terceiro lugar na pesquisa Datafolha, com 6% das intenções de voto, o candidato Eros Biondini (PROS) diz que o impeachment vira uma página.
Com 4% das intenções de voto, a candidata à PBH Vanessa Portugal (PSTU), afirmou que o impeachment sofrido pela presidente Dilma Rousseff não vai resolver questões como a crise econômica, mas pode agravá-la. “O que defendemos é que sejam convocadas eleições gerais para recompor a base do governo do país. O conjunto de pessoas envolvidas em denúncias de corrupção é enorme.” Para Vanessa a lógica das reformas em discussão vai aumentar a desigualdade social, “e esse é o maior problema do país.”
O vice-prefeito de Belo Horizonte e candidato à PBH Délio Malheiros (PSD), com 3% das intenções de voto, também defendeu um olhar para o futuro. “O governo federal precisa empreender todos os esforços possíveis para superar urgentemente este momento adverso da nossa economia, que está afetando principalmente os municípios. Precisamos voltar a crescer e retomar os investimentos para gerar novos empregos.”
Também com 3% das intenções de voto, o candidato Marcelo Álvaro Antônio (PR) acredita que o processo de impeachment aprovado pelo Senado traduziu o sentimento da maior parte da população brasileira. “O governo (Dilma Rousseff) perdeu a legitimidade ao longo do tempo e essa situação de ter uma presidente afastada e outro interino não favorecia a retomada do crescimento.
O candidato (PT) Reginaldo Lopes, com 2% das intenções de voto, lamentou o processo de impeachment e ontem enviou carta à presidente deposta Dilma Rousseff onde reforçou o retorno do partido ao governo. “Uma mulher honesta, acaba de ser substituída por um governo só de homens, quase todos delatados”, apontou o candidato. “Hoje venceu a hipocrisia, a demagogia dos corruptos, a ironia dos machistas. Amanhã venceremos de novo, porque temos pessoas como a presidente Dilma que nos inspiram”, declarou o candidato.
Também com 2% de intenções de voto na pesquisa Datafolha, a candidata Maria da Consolação (PSOL) reforçou que na opinião do seu partido houve no país um golpe de Estado “político, jurídico e midiático.” Maria da Consolação diz que o momento exige organização popular e manifestações nas ruas. “Uma presidente que não fica inabilitada para ocupar cargos é absolvida”.
Rodrigo Pacheco, candidato pelo PMDB, sem intenção de voto até o momento, defendeu a governabilidade de Michel Temer. “Foi um processo traumático na história do país, mas temos de olhar o futuro. Agora, nos cabe trabalhar para que o novo presidente tenha governabilidade e condições de promover as reformas necessárias para o país voltar a crescer.
A reportagem entrou em contato com a assessoria dos candidatos Luis Tibé (PTdoB) e Sargento Rodrigues (PDT), mas até o fechamento dessa edição não obteve retorno..