Um ambiente econômico desfavorável, ações erradas de governo, falta de jogo de cintura para se relacionar com o Congresso Nacional, algumas traições políticas e muitos inimigos. Essas condições levaram a agora ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a perder o cargo um ano e oito meses depois da posse no segundo mandato. Ela se torna o segundo presidente em 31 anos de democracia a sofrer impeachment pelo Congresso Nacional.
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Dilma Rousseff mantém movimentação por plebiscitoManutenção dos direitos políticos de Dilma provoca 'racha' na base aliada de Temer'Anistia' concedida à Dilma deve parar no STFEm dezembro do ano passado, Eduardo Cunha aceitou um pedido de impeachment contra a presidente, assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal. O anúncio foi feito no mesmo dia em que os três petistas no conselho de ética da Câmara informaram que votariam a favor da cassação de Eduardo Cunha no processo por quebra de decoro que até hoje ele consegue atrasar.
Cunha é um dos réus na Operação Lava-Jato, mas junto com ele caíram vários políticos próximos à presidente Dilma. Um deles, que chegou a ser preso, ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, complicou o governo com sua delação.
Um dos momentos marcantes de todo esse conturbado período ocorreu em março, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi conduzido coercitivamente a prestar depoimento na Operação Lava-Jato. Na mesma época, o PMDB rompeu com o governo Dilma e levou com ele legendas como PP, PSD, PTB e PRB, deixando a presidente quase sem apoio.
Os momentos mais tensos do segundo mandato de dilma
¬PSDB ingressa com a primeira das quatro ações contra a presidente Dilma Rousseff (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas elas questionam as contas de campanha e pedem a cassação do mandato da petista e de seu vice-presidente, Michel Temer, por abuso de poder econômico.
¬O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), candidato de oposição ao Palácio do Planalto, é eleito presidente da Câmara dos Deputados. Foi a primeira derrota do governo na segunda gestão da presidente Dilma.
¬Ocorre o primeiro grande protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff depois que ela foi reeleita em outubro. Contou com mais de 1 milhão de pessoas em São Paulo, 45 mil em Brasília e 25 mil no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. É a primeira vez que as ruas falam em impeachment e, na época, nem a oposição fazia coro.
¬Com dificuldades em lidar com o Congresso, principalmente a Câmara sob comando de Eduardo Cunha, a presidente Dilma oficializa seu vice Michel Temer no papel de articulador político do governo.
¬O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, processado no Conselho de Ética, rompe oficialmente com o governo Dilma e anuncia que fará oposição à petista.
¬Temer diz que não vai mais tratar das negociações de varejo e deixa a articulação política do governo Dilma. Dias antes, ele diz que o país precisa de alguém capaz de reunificar o Brasil. A essa altura, o peemedebista já começa a se articular com integrantes da oposição para um eventual governo do PMDB.
¬A presidente Dilma atinge um índice de rejeição de 69% entre os brasileiros, o maior percentual da série histórica até então realizada pelo Ibope desde a redemocratização.
¬Em decisão inédita e por unanimidade, o Tribunal de Contas da União rejeita as contas do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) de 2014.
¬Oposição entrega um novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal. Nele, foram incluídos os decretos das pedaladas fiscais de 2015. O principal argumento é que o governo atrasou repasses a bancos federais para pagar programas sociais do governo. Isso representaria um empréstimo bancário ao governo, proibido pela lei.
¬ O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceita o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal. Isso ocorre hora depois de os deputados do PT no Conselho de Ética informarem que iriam votar pela cassação do peemedebista no processo que tramita contra ele.
¬O vice-presidente Michel Temer entrega uma carta à presidente Dilma Rousseff na qual faz um desabafo e reclama de uma certa desconfiança do governo em relação ao PMDB. Ele não fala em rompimento, mas reclama ter sido tratado como um “vice decorativo” e deixado de fora em ocasiões importantes.
¬Na Convenção Nacional do PMDB que reelegeu Michel Temer presidente da legenda, o partido aprova uma espécie de aviso-prévio para o governo, dando 30 dias para que o diretório nacional decida se vai deixar ou não de integrar a base da presidente Dilma.
¬Os grupos contrários à presidente Dilma Rousseff fazem a maior manifestação contra o governo da petista até então. Segundo a Polícia Militar, foram mais de 3,6 milhões de pessoas em todo o país.
¬O Palácio do Planalto anuncia Lula como ministro da Casa Civil.
¬A comissão especial de impeachment é instalada e são escolhidos presidente e relator. Dilma foi notificada e teve 10 sessões de plenário para apresentar sua defesa.
¬ Em uma reunião que durou menos de três minutos, o PMDB aprova por aclamação o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e a entrega dos cargos ocupados por integrantes do partido. Os parlamentares são liberados a votar como quiserem no processo de impeachment.
¬O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, apresenta a defesa da presidente Dilma Rousseff à comissão do impeachment, alegando que ela não cometeu crime de responsabilidade. Segundo ele, se não houve ato doloso da presidente, o impeachment é um golpe contra a Constituição.
¬Relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) é pela admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma. No parecer, o parlamentar diz que há indícios de crimes de responsabilidade nas pedaladas fiscais e nos decretos de créditos suplementares assinados por Dilma, que não passaram pelo Legislativo.
¬Os deputados da comissão do impeachment aprovam o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) por 38 votos a 27. O parecer é pela admissibilidade do processo de impeachment.
¬Com 367 votos favoráveis e 137 contrários, os deputados federais aprovaram a admissibilidade para o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff depois de quase 10 horas de sessão.
¬O STF suspende o mandato do deputado Eduardo Cunha e o afasta da presidência da Câmara, diante da proximidade de uma decisão do Senado que poderia afastar Dilma Rousseff do cargo. Os ministros consideraram o fato de ele se tornar o primeiro na linha de sucessão presidencial e ser réu na Operação Lava-Jato.
¬Por 55 votos a 22 no Senado, com uma abstenção, os parlamentares aprovam a admissibilidade do impeachment. No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff foi intimada e deixou o cargo, passando a se abrigar no Palácio da Alvorada. O vice-presidente Michel Temer assume o exercício da Presidência.
¬Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renuncia à presidência da Câmara. Assume o cargo o vice, deputado Waldir Maranhão (PP-MA).
¬Por 59 votos a 21, o Senado aprova o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que julga procedente a denúncia de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma.
¬O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é indiciado junto com sua mulher, Marisa Letícia, por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
¬A presidente Dilma Rousseff comparece ao Senado para dar seu depoimento e ser questionada pelos senadores. Por 14 horas ela disse ser inocente e que estava sendo vítima de um golpe parlamentar. A petista se emocionou ao relembrar os tempos de tortura na ditadura e disse temer a morte da democracia
¬Os advogados da acusação, Janaína Paschoal e Miguel Reale, reafirmam que a presidente Dilma deve perder seu mandato por causa das pedaladas fiscais e da edição de decretos de créditos suplementares sem a autorização do Congresso. O advogado da defesa, ex-ministro José Eduardo Cardozo, diz que não houve dolo nas ações da presidente que possa incriminá-la. Afirma ainda que não há crime nos decretos orçamentários.
¬Senadores aprovam o impeachment de Dilma Rousseff. Michel Temer é o novo presidente do Brasil.
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