A ouvidoria da Polícia Militar encaminhou nesta quinta-feira, 1, ofício ao Procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Paggio, em que sugere a abertura de procedimento investigatório para apurar a atuação da Polícia Militar na repressão à manifestação contra o impeachment no centro da cidade.
Na ação, a estudante Débora Fabri, de 19 anos, perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingida por estilhaços de bombas lançadas pela PM e dois repórteres fotográficos foram presos, agredidos e tiveram seus equipamentos destruídos.
Leia Mais
Mineira perde a visão de um olho em ato contra Temer, em São PauloGoverno de SP diz que não permitirá protestos na Avenida Paulista no domingoManifestantes marcham contra Impeachment no Centro de BH Manifestantes pró-Temer comemoram em Belo Horizonte impeachment de Dilma PM de SP precisa estar 'psicologicamente preparada' em manifestações, diz ouvidorDébora foi internada no início da madrugada desta quinta-feira no Hospital dos Olhos, onde passou por uma cirurgia de emergência que durou cerca de 1h30. Ela recebeu alta por volta do meio dia, quando publicou a seguinte mensagem em sua página pessoal no Facebook: "Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo mas estou bem. Obrigada pelas mensagens e apoio logo logo respondo todos!!!". Até as 18 horas ela permanecia sedada, em casa.
O oftalmologista William Fidelix, diretor operacional do Hospital dos Olhos, disse que Débora teve perfuração do olho esquerdo causado por um objeto metálico e não descartou que ela possa perder o olho. "O prognóstico nestes casos de tipo de lesão provocada no olho é bem elevado. É muito grave o estágio. Amanhã ela pode recuperar isso ou perder completamente a visão.
O Estado solicitou nesta quinta-feira, 1, entrevista com o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Álves Barbosa Filho, mas assessoria de imprensa da SSP afirmou que ele não iria falar sobre o assunto. Em nota, a SSP afirmou que está tentando contato com Débora para que ela registro o fato "que ela alega ter se envolvido" para dai início às investigações, já que não foi registrado boletim de ocorrência. (Valmar Hupsel Filho e Felipe Resk)
Segue íntegra da nota da SSP:
A SSP entrou em contato com a Universidade do ABC, onde estuda Deborah Fabri, para que sejam oferecidos os meios necessários para a localização dela e para que a Polícia Civil possa registrar o fato em que ela alega ter se envolvido e dar início às devidas investigações, uma vez que ela não registrou o boletim de ocorrência..