Cerca de 400 manifestantes estão concentrados em um trecho da avenida Brigadeiro Luís António, perto do Largo da Batata, em Pinheiros. Uma indefinição em relação ao trajeto foi a senha para que policiais mantivessem o grupo em uma espécie de cerco.
Gritos de "Fora, Temer" e contra a Polícia Militar são os mais repetidos no local. "Essa é a face mais truculenta do golpe. Estão cerceando nosso direito de manifestação. É a volta da ditadura", disse a estudante Renata Farinari, 23 anos. "O que eles não entendem é que não vai ter arrego, que governo e polícia vão ter que nos enfrentar", completou o também estudante Felipe Siqueira, 19 anos.
Por volta das 21h, a organização do ato sugeriu que houvesse uma desmobilização - e que energias fossem guardadas para o protesto de domingo. À princípio, muitos gritaram que teria luta e que não recuariam. Mas, por volta das 21h20, o grupo optou pela desmobilização. Cerca de 200 pessoas voltaram para o largo da batata. No momento, o que restou da manifestação é pacífica.
Domingo
Os organizadores dos protestos queriam iniciar a concentração a partir das 14h do domingo, mas, nesta quinta-feira, 1, a SSP divulgou nota afirmando que qualquer ato estava proibido no local por causa da cerimônia de passagem da tocha paraolímpica pela avenida. O texto provocou imediata reação dos manifestantes, que reivindicaram o direito constitucional à livre manifestação.
Um acordo firmado entre representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) estadual e das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular estabeleceu que o protesto de lema "Fora Temer! O povo deve decidir" está liberado para acontecer a partir das 16h30 na Avenida Paulista, em frente ao Masp. A negociação, mediada pelo prefeito Fernando Haddad, encerrou o impasse entre manifestantes e a SSP com relação ao horário do ato.