Jornal Estado de Minas

PF deflagra operação para investigar fraudes em fundos de pensão de estatais

Policiais federais deflagraram na manhã desta segunda-feira operação para cumprimento de mandados de prisão, condução coercitiva e de busca e apreensão para invetigar irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do país, todos ligados a estatais. São cumpridos 106 mandados de busca e apreensão, 34 mandados de condução coercitiva e 7 mandados de prisão temporária. Os alvos são 74 pessoas físicas e 38 jurídicas. A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias envolvendo aproximdamente R$ 8 bilhões  em nome de 103 pessoas físicas e jurídicas. Dois envolvidos na Operação Lava-Jato, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto também são investigados na operação deflagrada nesta segunda-feira.

SAIBAMAISOs alvos da operação "Greenfield" são a Funcef (fundo de pensão de funcionários da Caixa), a Petros (de trabalhadores da Petrobras), a Previ (de funcionários Banco do Brasil) e o Postalis (de trabalhadores dos Correios). A ação da PF conta com auxílio do Ministério Público Federal, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

As ações ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas e no Distrito Federal. De acordo com a Polícia Federal, os investigados podem ser indiciados por gestão temerária ou fraudulenta. Também podem responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

Greenfield

O nome da operação faz alusão a investimentos que envolvem projetos incipientes (iniciantes, em construção), ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios.
No sistema financeiro, o contrário de investimentos Greenfield é o Brownfield. Nesse tipo, os recursos são aportados em um empreendimento/empresa já em operação.

Condução coercitiva


O ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky foi conduzido de forma coercitiva - quando o investigado é levado a depor e liberado. Predtechensky foi denunciado, em julho deste ano, pela Procuradoria da República, em São Paulo. O ex-presidente do Postalis e mais sete investigados são acusados de fraude $ 465 milhões no fundo de pensão dos Correios.

Déficits bilionários


A Polícia Federal  informou que a ação é ancorada em dez casos revelados a partir do exame das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão. Entre os casos, oito são relacionados a investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações).

"Durante as investigações, alguns núcleos criminosos restaram configurados: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos FIPs", informa a Federal em nota.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, previstos na lei nº 7.492/86.

Participam da operação cerca de 560 policiais federais, além de 12 inspetores da CVM, quatro procuradores federais da CVM, oito auditores da Previc e sete procuradores da República.

Com Agência Estado

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