O temido Japonês da Federal está de volta. Agora com um acessório a mais: a tornozeleira eletrônica – a mesma que acompanha vários dos políticos que ele conduziu.
Preso em regime semiaberto, o agente Newton Ishii voltou nesta semana a conduzir presos da Operação Lava-Jato.
O policial federal foi condenado a quatro anos e dois meses de prisão por crime de facilitar a entrada de contrabando no país. Ele ficou nas dependências da PF e, no dia 10 de junho, foi para casa e passou a ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
Mesmo assim, o agente foi liberado para participar das prisões.
Ele ajudou a levar o pecuarista José Carlos Bumlai de volta para a carceragem da PF, em Curitib, nesta terça-feira. Ele estava em prisão domiciliar desde março por causa de um câncer na bexiga e foi levado para uma penitenciária de regime fechado com um complexo médico.
Nesta segunda-feira, o Japonês voltou à cena quando fez a escolta do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, preso em São Paulo depois de ser levado coercitivamente para prestar depoimento na Operação Greenfield, que apura fraude nos fundos de pensão.
Contrabando
O Japonês da Federal cumpre pena no regime semiaberto. Entre as obrigações, ele precisa ficar em casa entre 23h e 5 h durante a semana e não pode sair aos finais de semana.
Ao determinar o uso do acessório que acompanha réus que ele mesmo conduziu, a 2ª Vara de Execuções Penais de Curitiba listou uma série de cuidados que o japonês deve ter com a peça. Entre elas está a de não retirar nem permitir que outra pessoa subtraia a tornozeeleira eletrônica, “exceto por determinação expressa deste juízo”.
Newton Ishii foi condenado por facilitar contrabando em Foz do Iguaçu, na fonteira com o Paraguai. O crime foi descoberto na Operação Sucuri e ele respondeu ao processo junto com outros dois policiais. Ao colocar a tornozeleira eletrônica, o japonês disse que faria trabalhos “internos” na PF.
De tão famoso que ficou por causa das aparições na Operação Lava-Jato, o agente virou hit de carnaval. Na marchinha, o refrão era "Ai meu Deus, eu me dei mal. Bateu na minha porta o japonês da federal".