O presidente Michel Temer acompanhou o desfile militar de 7 de Setembro, em comemoração aos 194 anos da independência, em Brasília, ao lado da esposa, a primeira-dama Marcela. Eles deixaram por volta das 11h desta quarta-feira a Esplanada dos Ministérios, no momento em que a Esquadrilha da Fumaça fazia sua tradicional apresentação.
Parte do público que acompanha o evento das arquibancadas, próximas à tribuna presidencial, aplaudiu o peemedebista. Outra parte reagiu, com gritos de "golpista" e "Fora, Temer". Os manifestantes estavam sentados em uma arquibancada localizada na diagonal da tribuna reservada ao presidente, praticamente na frente de outro espaço onde estavam posicionados diplomatas e demais autoridades.
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Protesto em Belo Horizonte contra governo Temer pede 'Diretas Já'Temer e Marcela desfilam em carro fechado no 7 de Setembro em BrasíliaArquibancadas próximas a Temer têm entrada restrita no 7 de SetembroPlanalto e PT avaliam que 'Fora, Temer' se enfraquece após denúncia contra LulaGoverno federal quer diálogo com manifestantesDurante cerca de um minuto, os gritos e as vaias interromperam o protocolo do evento. Um dos manifestantes abriu uma pequena faixa com os dizeres: "Não aceitamos governo ilegítimo". Em menor número, um grupo de pessoas na mesma arquibancada se opôs ao protesto, levantando pequenas bandeiras do Brasil e dizendo: "A nossa bandeira jamais será vermelha".
Após a execução do Hino Nacional, os protestos continuaram, de forma mais espaçada.
O presidente desceu do carro ao lado da primeira dama, Marcela Temer. Ele foi recebido pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e não usava a tradicional Faixa Presidencial.
No momento em que Temer deu autorização ao Comandante Militar do Planalto, general de Divisão César Leme Justo, para o início oficial do evento, não foram ouvidos mais protestos. Quando o desfile já estava ocorrendo, inclusive com a condução do Fogo Simbólico pelo atleta Arthur Nory, os presentes aplaudiram as apresentações.
Além de autoridades militares, acompanham o desfile ao lado de Temer os ministros da Defesa, Raul Jungmann, da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Justiça, Alexandre de Moraes, dentre outros.
Espaço para convidados
Após o início do desfile, três jovens que participavam da manifestação se retiraram espontaneamente da plateia. A arquibancada onde foram feitos os protestos foi reservada para convidados do Palácio do Planalto.
O estudante Lucas Bertho, 20 anos, um dos que deram início ao protesto, disse que mora em São Paulo e está na arquibancada junto a outros alunos do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.
Ele contou que veio cursar uma disciplina em Brasília e foi convidado pela Presidência a participar do desfile junto com os colegas. De acordo com o estudante, o ato começou de forma não planejada e um dos jovens que estava com um pequeno cartaz foi convidado a se retirar da arquibancada.
Segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência, a distribuição de convites foi feita de acordo com a demanda de funcionários da Presidência, que podiam solicitar um determinado número de entradas.
Lucas afirmou que não é petista nem defende o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, mas alega que Temer chegou ao poder de forma "ilegítima" e defende eleições diretas.
A assessoria de imprensa de Temer informou que nenhum dos seguranças está autorizado a retirar os manifestantes ou qualquer pessoa das arquibancadas. A única exceção é feita a manifestações políticas por meio de cartazes. (Com agências).