Brasília, 07 - Responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com movimentos sociais no primeiro mandato de Dilma Rousseff, o ex-ministro Gilberto Carvalho compareceu na manhã desta quarta-feira, 7, à manifestação em Brasília contra o governo de Michel Temer. Na avaliação de Carvalho, os movimentos sociais não vão sair da rua, já que o novo governo é "um golpe no direito dos trabalhadores e vai fazer a desgraça do País".
"Esse é um golpe não só de tirar a Dilma, mas é um golpe dos direitos dos trabalhadores. Cada medida que eles mandam para o Congresso vai numa direção só: tirar os direitos sociais", disse Carvalho, que chefiou a Secretaria-Geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
Para o petista, com o governo de Michel Temer, "vai voltar a fome no Nordeste e a morte de crianças". "Eles (Temer e aliados) estão pagando um preço para o capital, que foi quem financiou o golpe maldito, que vai fazer a desgraça do País. Por isso que estamos na rua e não vamos sair da rua", afirmou.
Por volta das 12h45, a maioria dos manifestantes já deixava as proximidades do Congresso Nacional e retornava para o Museu da República - que foi o local de concentração do protesto.
Confusão
Um pouco antes, por volta das 12h30, a Polícia Militar usou spray de pimenta para dispersar manifestantes na Esplanada dos Ministérios. Uma briga envolveu manifestantes, jornalistas e a polícia, o que motivou a ação da PM. Um dos manifestantes tentou quebrar a câmera de um cinegrafista, dando chutes e puxando o equipamento.
A confusão começou quando alguém jogou uma garrafa de água sobre um repórter. Houve bate boca e o confronto cresceu. Próximo ao Congresso Nacional, um pequeno grupo que pedia intervenção militar já tinha se estranhado com outros manifestantes contra o governo Temer. Dois manifestantes foram detidos pela polícia. A deputada Erika Kokay (PT-DF) tentou liberar a dupla.