Brasília - Auxiliares do presidente admitem que há uma atenção especial à realização das manifestações do país e agora estudam uma forma de tentar dialogar com os movimentos para mitigar os efeitos negativos dos atos. Em ato programado para Brasília durante a votação do processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na próxima segunda-feira, os manifestantes pedirão também a saída de Michel Temer da Presidência da República. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo se equivocou em avaliações no início, mas que entende que qualquer ato de protesto tem que ser respeitado por ser democrático e que o governo está disposto a dialogar com quem apresente pautas propositivas. “Não há democracia sem que as pessoas possam externar as suas opiniões”, afirmou.
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Manifestações interrompem trânsito em várias vias da Região Central de BH Ministros minimizam vaias a Temer no desfile em BrasíliaTemer é recebido com vaias, gritos de 'fora' e aplausos em desfile na EsplanadaApós tropeços, governo Temer rediscute política de comunicaçãoNa véspera do primeiro evento externo do presidente Michel Temer, no dia 7 de setembro, em Brasília, e com a ameaça crescente de manifestações em todo o país, o governo buscou aproximação com os movimentos sociais ligados, principalmente, à questão da terra. Depois de os grupos invadirem a sede do Ministério do Planejamento e o Incra, o governo abriu as portas do Planalto e recebeu, dois dias seguidos, para reuniões, os representantes desses movimentos, que apresentaram uma pauta de reivindicações. Apesar disso, na festividade do dia 7, o governo foi alvo de uma manifestação organizada por movimentos sociais, militantes e estudantes universitários. Enquanto Temer e outras autoridades do Executivo acompanhavam o desfile oficial numa área isolada, cerca de 2,7 mil pessoas cruzaram a Esplanada dos Ministérios para protestar contra o governo, segundo cálculo da Polícia Militar do Distrito Federal. Na conta dos organizadores, o público chegou a 5 mil manifestantes.
DESFILE Após o encerramento do desfile, ministros minimizaram as vaias que partiram de convidados de funcionários do Palácio do Planalto. Na ocasião, Padilha questionou o número de pessoas que protestaram: “Quinze, 30 pessoas? Não havia mais de 18 manifestantes.” Além de vaias, também foram ouvidos gritos de “Fora, Temer” e “golpista” nas arquibancadas. Mas houve manifestações favoráveis ao novo governo também.
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