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Estado de Minas

Candidatos à Prefeitura de BH caem na real e prometem menos obras

Com a crise nos cofres públicos, ampliação do metrô de BH e revitalização do Anel nem sequer aparecem entre as propostas de mais da metade dos nomes que disputam comando da prefeitura


postado em 12/09/2016 06:00 / atualizado em 12/09/2016 07:42

Este ano os candidatos não prometem obras no anel rodoviário(foto: Alexandre Guzanshe /EM/D.A. Press)
Este ano os candidatos não prometem obras no anel rodoviário (foto: Alexandre Guzanshe /EM/D.A. Press)

Promessas infalíveis nas últimas campanhas eleitorais, as obras mais reivindicadas pelos belo-horizontinos têm pouco espaço este ano nos planos de governo dos candidatos à prefeitura. Com tom mais cauteloso por causa das incertezas econômicas e pela cobrança cada vez maior do eleitor sobre o que é prometido nos palanques, menos da metade dos 11 candidatos afirmam que vão garantir a ampliação do metrô e a revitalização do Anel Rodoviário.

As duas obras são reivindicações antigas da população da capital mineira, diante de um transporte público ainda insuficiente e os altos índices de acidentes graves registrados no Anel.

Mesmo os que incluíram as duas propostas em seus planos de governo, citaram que a única forma de executá-las seria por meio de uma mobilização da classe política para conseguir as verbas necessárias junto ao governo federal.

Alguns candidatos à PBH admitem que período é de vacas magras nos cofres municipais e cobram do Poder Legislativo e do Executivo federal e estadual um apoio maior para os projetos de Belo Horizonte. As verbas estimadas para as duas obras ultrapassam R$ 5 bilhões.

Em 2012, o cenário era bem diferente. Os dois principais candidatos, Marcio Lacerda (PSB) e Patrus Ananias (PT), prometeram expandir os trilhos. “O metrô de BH será a principal modalidade do transporte público de nossa cidade. A defesa intransigente de sua modernização e expansão será a marca da gestão do prefeito Marcio Lacerda, sem abrir mão do que já foi conquistado, como a recente inclusão no PAC da Mobilidade”, dizia o plano de governo de Lacerda.

Patrus também incluiu a obra em seu programa: “Retomar e expandir os trilhos do metrô, priorizando as linhas Barreiro/Calafate até a região hospitalar”. Tanto um quanto o outro prometeram ainda melhorias para o Anel Rodoviário.

Quatro anos depois, os candidatos preferem não se comprometer com promessas que podem ser cobradas no futuro. O deputado estadual João Leite, do PSDB, avalia que “vivemos um período de queda na receita pública e retração econômica” e, como os recursos são limitados, “grandes obras, muitas vezes, são ineficazes”.

No lugar de garantir novas linhas para o metrô, o tucano promete “articular uma frente política por recursos federais para a expansão do metrô”. Em seu programa, ele nem cita o Anel Rodoviário.

O ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil (PHS), nem sequer inclui as duas obras em sua proposta de gestão para a Prefeitura de BH. “Prometer que vai fazer metrô é demagogia e enganar o povo”, afirma. Em entrevistas, Kalil promete uma relação mais dura com o Palácio do Planalto para conseguir verbas para a cidade.

PRAZO CURTO Apesar de citar a ampliação do metrô entre suas propostas de governo, o deputado federal Luis Tibé (PTdoB) reconhece que não será possível fazer a obra em uma gestão apenas à frente da prefeitura e com poucas verbas disponíveis.

“O metrô é a melhor solução, no entanto há de se considerar que essa alternativa não garantirá a solução imediata que a população espera, dado o prazo necessário para a realização dos investimentos para a obra”, diz Tibé. Ele também não cita melhorias no Anel Rodoviário.

O vice-prefeito Délio Malheiros, do PSD, também considera importante uma “mobilização da população e dos representantes mineiros no legislativo junto aos governos federal e estadual, visando à ampliação da rede de metrô e das obras no Anel”.

A mesma proposta é apresentada pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que cobra uma “postura rígida da prefeitura” e parcerias com o setor privado para conseguir os recursos. “Com a crise econômica que afeta o país, é de se esperar que o dinheiro não venha no curto prazo. Defendemos que uma parceria público-privada deve ser estabelecida o quanto antes”, ressalta Rodrigues em seu plano.

Já o deputado federal Rodrigo Pacheco, do PMDB, espera que a boa relação com o presidente Michel Temer, do mesmo partido, pode ajudar na busca por verbas para a capital mineira. Ele é um dos poucos a afirmar em seu plano de governo que a ampliação do metrô é “uma das alternativas para desafogar o trânsito da capital”.

“A Beagá Para Todos (sua coligação) tem mecanismos para articular com o governo federal a liberação de recursos”, promete Pacheco. Ele cita também como proposta a revitalização do Anel Rodoviário.

O candidato do PT, deputado Reginaldo Lopes, propõe um plebiscito para que a população opine sobre grandes temas, como a implantação de novas linhas do metrô. Ele aponta ainda a necessidade de um diálogo com cidades vizinhas para discutir a obra.

O deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PR) cita a criação de novas linhas do metrô como prioridade. Já Eros Biondini (PROS), Vanessa Portugal (PSTU) e Maria da Consolação (PSOL) também estão entre os que não citam as duas obras em seus planos de governo.


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