Com um público menor do que o registrado em ato do primeiro domingo do mês, manifestantes convocados pelos coletivos Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo voltaram a protestar neste domingo (11) contra o governo Michel Temer. O protesto na Avenida Paulista também defendeu a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ato reuniu dois candidatos à Prefeitura de São Paulo: a deputada federal Luiza Erundina (PSOL) e o prefeito Fernando Haddad (PT).
O pedido de "Fora, Cunha" esteve presente nos cartazes e nos gritos dos manifestantes - a sessão que vai decidir se o deputado afastado terá o mandato cassado está prevista para a noite de desta segunda-feira.
Erundina defendeu que Cunha seja cassado. "Pode começar a chorar", disse. Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos também pediu a saída do deputado afastado. "Hoje (domingo) também é o momento de falar 'Fora, Cunha'. Queremos ver ele chorar é na cadeia."
Além de Erundina e Haddad, também estavam presentes no ato o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
A candidata do PSOL afirmou ser impossível desassociar a eleição municipal da pauta nacional. "(O impeachment) É a coisa principal da nossa luta. Nesta campanha, não dá para separar as duas coisas, não dá para sair da rua enquanto não derrubado o último golpista. É em São Paulo que a gente vai fortalecer esta resistência", disse.
O professor de geografia Tarso Loreiro observou o volume de jovens com menos de 21 anos no ato. "Percebi que os alunos que não vieram para defender Dilma do impeachment estão vindo no 'Fora, Temer' lutar contra os retrocessos deste governo", afirmou.
Detenções
A manifestação começou pacífica, com um carro de som e batucadas. Na saída do ato, entretanto, a Polícia Militar deteve quatro manifestantes durante um tumulto. De acordo com PM, três deles estavam com máscaras, soco inglês, bolas de gude, faca de mesa e triturador de maconha. Um deles era menor de idade, que foi liberado mais tarde. Os detidos foram levados para o 78.º Distrito Policial, no Jardins, na zona sul da capital. Até a conclusão desta edição eles não haviam sido liberados.