Jornal Estado de Minas

Celso de Melo afirma que 'marginais da República' devem ser afastados do poder

 

Primeiro a discursar na solenidade de posse da ministra Cármen Lúcia como presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Melo elogiou a atuação da mineira durante toda a sua carreira e aproveitou a oportunidade para criticar duramente o momento político que o Brasil atravessa em razão das inúmeras denúncias de corrupção.

“Ninguém ignora que o Brasil enfrenta gravíssimos desafios, que repercutem na Corte Suprema, a quem cabe superá-los", afastando do poder aqueles que chamou de “marginais da República".

 

Para o ministro, “é corretíssima a advertência de que nenhum cidadão poderá viver com dignidade em uma comunidade política comprometida”.

Com adjetivos fortes, o ministro afirmou que todo cidadão "tem o direito de exigir que o estado seja conduzido por administradores e juízes probos”.

Ele defendeu a necessidade de que os autores de delitos sejam tratados e punidos de forma “severa e impessoal", sejam eles governantes ou governados, com aplicação das sanções criminais. Celso de Melo ainda demonstrou apoio à indignação popular que tomou conta das ruas, a qual classificou como “justa”.

“Investigações revelariam que se formou no aparelho estatal e esfera governamental uma estranha e perigosa ligação com objetivo perverso, o uso do poder em benefício próprio, ou de caráter empresarial, ou com finalidade político-partidária.Tais praticas de delitos que tanto afetam a segurança da sociedade, enfraquecem as instituições e enfraquecem os valores. Intolerável, ação predatória dos verdadeiros profanadores da epública e dos valores que a sustenta”, concluiu.

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