A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, também usou seu discurso para criticar as turbulências políticas por que passa o país e, quebrando o protocolo, fez questão de cumprimentar em primeiro lugar o “cidadão brasileiro” e não a maior autoridade, o presidente da República Michel Temer (PMDB), que ocupava uma cadeira a seu lado.
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"Vivemos uma crise multidimensional no país", diz JanotCármen Lúcia assume a Presidência do STFCármen Lúcia assume Supremo com pauta 'anticorporativista'Ela se comprometeu “a fazer acontecer as soluções necessárias e buscadas pelo povo brasileiro” por meio de uma Justiça célere.
Reafirmou que o Judiciário brasileiro sabe de seus compromissos e responsabilidades. “Me comprometo firme e fielmente a trabalhar até o limite de minhas forças para que a prestação jurisdicional chegue a todos com rapidez”. E completou: “O estado só existe para garantir a efetividade do justo”.
Prometendo uma transparência absoluta, Cármen Lúcia usou de um tom mais baixo para falar de política, que o decano Celso de Melo. Disse que o momento lhe parece de “travessia” e que a lei deve ser cumprida por todos, pois o estado é de direito e a democracia uma busca permanente.
E lembrou que “o tempo também é de esperança, com o povo nas praças lutando pelos seus direitos e interesses. O que
ele quer é um país mais justo e não um país do futuro que não chega nunca”.
Depois de citar o conterrâneo Guimarães Rosa, Cármem Lúcia se socorreu de versos da música Comida, dos Titãs: “O povo não quer só comida, quer comida, diversão e arte”.
Ao final do discurso, a nova presidente da Corte foi aplaudida de pé pela plateia que reunia políticos de diferentes partidos, integrantes o Judiciário e do atual governo.