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Estado de Minas

Nove deputados federais mineiros não votaram a favor da cassação de Cunha

Um votou contra, três se abstiveram e cinco não apareceram para votar


postado em 13/09/2016 14:53 / atualizado em 13/09/2016 16:58

Deputado federal Marcelo Aro, que concedeu título de cidadão honorário a Cunha, e articulava sua absolvição, não apareceu na votação(foto: Gustavo Lima/Agência Câmara)
Deputado federal Marcelo Aro, que concedeu título de cidadão honorário a Cunha, e articulava sua absolvição, não apareceu na votação (foto: Gustavo Lima/Agência Câmara)
O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi cassado na madrugada de hoje, mas não com a ajuda de toda a bancada mineira. Dos 53 deputados federais mineiros, nove não votaram a favor da perda do mandato de Cunha, acusado de mentir para a CPI da Petrobras ao negar existência de contas na Suíça, descobertas posteriormente pela Operação Lava-Jato.

Damina Pereira (PSL-MG), que exerce seu primeiro mandato como deputada, foi um dos parlamentares que votaram contra a perda do mandato de Cunha, aprovada por 450 votos a dez. Outros três compareceram à sessão que cassou o peemedebista, mas se abstiveram na hora da votação.

O delegado Edson Moreira (PR-MG) chegou a defender da tribuna da Câmara a absolvição de Cunha, mas na hora do voto não se posicionou. Moreira foi um dos poucos que discursaram publicamente a favor de Cunha.

Além dele, somente Carlos Marun (PMDB-MS) – principal aliado e porta-voz de Cunha na sessão que votou sua cassação – subiu à tribuna para pedir que ele fosse inocentado.

Edson Moreira alegou que a “mentira” de Cunha sobre as contas na Suíça não era motivo para sua cassação e ainda citou o personagem Otelo, do dramaturgo inglês William Shakespeare, para justificar seu voto. Segundo ele, Otelo matou a esposa porque foi persuadido por mentiras. Também se isentaram de votar os deputados Mauro Lopes (PMDB) e Saraiva Felipe (PMDB), amigos de Cunha na Câmara.

Outros quatro deputados preferiram faltar à sessão de votação, casos de Aelton Freitas (PR-MG), Leonardo Quintão (PMDB), Luiz Fernando Faria (PP), Raquel Muniz (PSD) e Marcelo Aro (PHS). Marcelo Aro, diretor de Ética e Transparência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), era até então um dos principais aliados de Cunha na Câmara e um dos que mais trabalhou nos bastidores para reverter os votos a favor da cassação de Cunha.

Aro foi o responsável pela indicação de Cunha para o título de cidadão honorário de Belo Horizonte, concedido em janeiro do ano passado, Na época do pedido, em 2014, Aro era vereador na capital. O título era uma espécie de agradecimento por usa indicação para um cargo na CBF, que contou com o apoio de Cunha. Depois do surgimento de diversas denúncias de corrupção envolvendo o nome do peemedebista, o título pode ser cassado. O vereador Gilson Reis (PCdoB) apresentou um requerimento, que ainda não foi votado, pedindo o cancelamento da honraria.

Votou contra a cassação de Cunha

  • Damina Pereira (PSL-MG)

Abstenções
  • Edson Moreira (PR-MG)
  • Mauro Lopes (PMDB-MG)
  • Saraiva Felipe (PMDB-MG)

Ausências 

  • Aelton Freitas (PR-MG)
  • Leonardo Quintão (PMDB)
  • Luiz Fernando Faria (PP)
  • Marcelo Aro (PHS)
  • Raquel Muniz (PSD)

    Veja quem votou contra a cassação, os faltosos e as abstenções


 


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