Itaboraí (RJ) - Na terça-feira, 13, dia seguinte à cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Itaboraí, a cidade na Região Metropolitana do Rio, se dividiu entre traídos e fiéis. Em 2014, o peemedebista obteve 17% dos 117 mil votos válidos do município de 230,7 mil habitantes. Foi a maior votação proporcional que ele obteve.
O agente funerário Jorge Moreira dos Santos, de 45 anos, conhecido como Jorginho do Gás, disse se arrepender do momento em que decidiu votar e fazer campanha para o peemedebista. "Ele dizia que ia fazer o bem e fez o mal. Cassação está muito bom", aprovou.
Foi o prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo (PMDB), quem convenceu Jorginho de que Cunha seria um bom parlamentar para a cidade. "Acreditei de verdade que seria um bom deputado. Agora, vem essa decepção. É desse jeito que nosso povo merece respeito?", protestava Jorginho, lembrando o bordão do comentário diário de Cunha na Rádio Melodia: "Afinal de contas, o povo merece respeito".
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Resultado da votação pela cassação foi o que mais abalou Cunha, dizem aliados'Espero que ventos de delatores não se transformem em tempestade', diz CunhaNovo embaixador nos EUA diz que cassação de Cunha ajuda a refutar tese do golpeApós cassação, Teori analisa redistribuição de investigações sobre CunhaCassado, Cunha pode perder título de cidadão honorário de BHCandidato à reeleição, apesar da resistência do comando do PMDB-RJ, o prefeito Cardozo, evangélico como Cunha, foi indicado pelo então deputado para disputar a prefeitura em 2012. Em 2014, o prefeito retribuiu e se empenhou na campanha por Cunha, parlamentar mais votado na cidade.
Impacto
Cardozo argumenta que a cidade sofreu forte impacto nas contas públicas por causa da crise da Petrobrás, que paralisou as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um dos maiores empreendimentos da estatal, no qual foram investidos até agora R$ 45,5 bilhões.
A suspensão das obras provocou desemprego e queda abrupta na arrecadação de impostos.