O ex-presidente Lula foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como “comandante máximo do esquema de corrupção investigado na Lava-Jato”. A afirmação foi feita pelo procurador Daltan Dallagnol em entrevista coletiva para tratar da denúncia contra o petista envolvendo o triplex, no edifício Solaris, em Guarujá. De acordo com o procurador, o valor envolvido no esquema, que tem o ex-presidente como expoente máximo, teria dado prejuízo de R$ 42 bilhões. O procurador afirma que a propina destinada ao ex-presidente é de R$ 3,7 milhões.
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Ainda de acordo com o Dallagnol, Lula atuava “como general” e que caberia a ele dar seguimento ou não ao esquema. “O MPF não está julgando se o governo foi bom ou não para o povo.
O MPF afirma que Lula e seu partido, o PT, eram os "grandes beneficiários" do sistema.
O procurador disse ainda que o esquema de corrupção que ocorria na Petrobras não estava restrita a ela, mas também afetava a Eletrobras, o Ministério do Planejamento, Saúde e na Caixa Econômica e pode ter alcançado outros órgãos da administração federal.
Explicando o esquema, Dallagnol ainda fez uma explanação sobre ciência política citando o modelo presidencialista no Brasil e a relação do Executivo com o Legislativo. Para ele, no começo do governo, Lula não tinha base aliada ampla o que o obrigou a negociar com outros partidos políticos como PP e PMDB. “No Brasil funciona o presidencialismo de coalizão”, disse.
A proposta de pagamento de propina foi a arma usada pelo governo para garantir o seu andamento. A estratégia foi chamada de “governabilidade corrompida” pelo procurador que ainda afirmou que foi instaurada na gestão a “propinocracia" onde o governo era regido pelo pagamento de propina.
O poder de Lula, de acordo com o MPF, teria sido como “elo comum” para permitir que a parte governamental e partidária funcionassem.
Dallagnol disse que Lula sempre reagiu mal as denúncias que apareciam contra ele na Lava-Jato e “conspirou contra as investigações”. O procurador disse que Lula agiu como “aquele que foge da cena do crime após matar a vítima e silenciar testemunhas”.
Defesa
Em sua conta na rede social Facebook, Lula disse que desde 30 de janeiro tornou públicos os documentos que provariam que ele não é o dono do triplex, alvo das investigações da Operação Lava-Jato.
“Lula esteve apenas uma vez no edifício, quando sua família avaliava comprar o imóvel. Jamais foi proprietário dele ou sequer dormiu uma noite no suposto apartamento que a Lava-Jato desesperadamente tenta atribuir ao ex-presidente”, diz Lula em post publicado no Facebook.
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