São Paulo, 15 - O ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Jacques Wagner, chegou na manhã desta quinta-feira, 15, a hotel no centro de São Paulo onde ocorre a reunião do diretório nacional do PT. Segundo ele, a denúncia feita nesta quarta-feira, 14, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um desrespeito e pode elevar a tensão social no País.
"Eu conheço o Lula há décadas. Ele vive há anos na mesma casa", comentou. Wagner disse que tem apreço pelo Ministério Público, mas que, sem regras, qualquer um pode fazer o que quiser. "Se não tem lei, cada um faz a sua", afirmou.
O ex-ministro disse que o clima atual pode gerar uma tensão social, mas acredita que a denúncia contra Lula não deve ter muito impacto nas eleições. "O impacto (para o PT) pode ser até positivo. No meu Estado, no Nordeste, cresce a indignação das pessoas com essas injustiças".
Segundo ele, a ex-presidente Dilma Rousseff não participará do encontro desta quinta. Às 13h, Lula deve dar uma entrevista coletiva para comentar a denúncia feita ontem pelo Ministério Público Federal, na qual ele foi chamado de "comandante máximo de uma organização criminosa".
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o partido vai continuar insistindo na tática de denunciar o golpe contra Dilma nos órgãos internacionais.
Ele afirmou que existem dois pesos e duas medidas e questionou porque o Ministério Público não convocou coletivas de imprensa para falar sobre as denúncias contra José Serra e Aécio Neves, do PSDB, e mesmo contra o presidente Michel Temer (PMDB)..