Brasília, 15 - Apesar de o governo estar disposto a enviar a proposta da Reforma da Previdência ao Congresso até o dia 30 de setembro, antes das eleições municipais, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou, após almoço com o presidente Michel Temer e outros parlamentares do Centrão, que acha "difícil" que o texto seja enviado ainda este mês e que será preciso muito debate em relação ao tema. "Não será feito com açodamento, será feito com negociação e ampla discussão no Congresso", disse.
Paulinho disse ainda que a PEC do teto dos gastos é questão prioritária do governo. "A PEC 241 é o plano real do governo Temer", disse, em referência ao Plano Real, do governo Itamar Franco e comandado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que ajudou na estabilização do País e no controle inflacionário.
Segundo Paulinho, o presidente se comprometeu a conversar com as centrais sindicais e com outros grupos sobre a Reforma da Previdência assim que retornar de sua viagem aos Estados Unidos. Temer vai para Nova York para a Assembleia Geral da ONU no domingo e retorna na próxima quinta-feira, 21. "A primeira questão é a PEC 241 e nesse período vamos estar falando da Reforma da Previdência", afirmou.
Paulinho disse ainda que Temer reafirmou que nenhuma reforma será feita para retirar direitos dos trabalhadores e reforçou o compromisso de reduzir a "boataria" em torno das ações do governo. "Temer reafirmou que nenhuma reforma será feita para tirar direitos dos trabalhadores. Isso é importante porque tinha uma boataria generalizada", disse. Segundo o deputado, também existia um problema de comunicação já que cada ministério falava uma coisa.
O deputado afirmou que a Reforma Trabalhista não entrou na pauta do encontro porque nem "está no radar".
Fontes do Planalto dizem que o governo já decidiu adiar os debates relacionados à Reforma Trabalhista para o ano que vem. O foco do governo nestes primeiros meses de efetividade é justamente os dois temas tratados com os parlamentares. A avaliação de interlocutores do Planalto é de que mudanças nas leis trabalhistas sejam deixadas para depois para evitar um desgaste maior.
Segundo uma fonte do Planalto, a ideia no momento em relação à reforma trabalhista é usar os projetos já em andamento no Congresso. Ou seja, diferente da Reforma da Previdência, que o projeto será formulado pelo governo, no caso da trabalhista, a ideia é que o governo não seja o formulador da proposta..