A frase "não temos provas, mas temos convicção", atribuída a integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato, que viralizou na redes sociais, não foi dita literalmente durante a entrevista coletiva para a imprensa do Ministério Público Federal realizada na quarta-feira, 14, em Curitiba.
Os termos "provas" e "convicção" foram utilizados de modo diferente do que foi divulgado na internet durante a exposição dos procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon para anunciar a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e outras seis pessoas por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
"Provas são pedaços da realidade que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese. Todas essas informações e essas provas analisadas como num quebra-cabeça permitem formar seguramente a figura de Lula no comando do esquema criminoso identificado na Lava Jato", disse Dallagnol.
"Precisamos dizer desde já que, em se tratando de lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois o fato de ele não figurar como proprietário do triplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, de simulação da verdadeira propriedade", afirmou Pozzobon.
Já ao responder à pergunta de um jornalista, Dallagnol disse: "Dentro das evidências que nós coletamos, a nossa convicção, com base em tudo que nós expusemos, é de que Lula continuou tendo proeminência nesse esquema, continuou sendo líder desse esquema, mesmo depois de ele ter saído do governo".
Após a entrevista, memes foram criados na internet criticando a atuação do Ministério Público por causa da frase, que também foi usada em tom satírico relacionada a outras situações. O site humorístico Sensacionalista, por exemplo, escreveu: "Nasa confirma vida fora da Terra: 'não temos como provar, mas temos convicção'".