O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Velloso, saiu, na manhã desta sexta-feira, em defesa do Ministério Público Federal (MPF) e dos ministros da Corte. Ao chegar ao Congresso Internacional de Direito Tributário, que acontece em Belo Horizonte, o magistrado rebateu as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que faltam provas ao MPF para denuncia-lo como comandante do esquema da Lava-Jato.
"O que há até agora é uma acusação. Se começa a produzir provas depois de aceita a denúncia e instaurada a ação penal", afirmou Velloso. Segundo o ex-ministro, o MPF "deverá apresentar provas", caso contrário ninguém será condenado. Para Velloso, não deverá haver condenação sem provas."Isso seria muito próximo do stalinismo e do nazismo", disse.
Velloso também defendeu a atuação dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, no STF. Ambos participam do evento desta sexta-feira em BH - Toffoli presente e Mendes por vídeo.
Delação
Para o ex-presidente do STF, a delação do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, que revelou conversas do empreiteiro com Toffoli são "vazias". Também foi revelado que investigados da Lava-Jato pagaram R$ 300 mil ao escritório Rangel Advocacia, da mulher de Toffoli, em 2008 e 2011.
"Querer envolver o ministro (Dias Toffoli) a essa altura me parece absurdo", avaliou. Velloso disse que considera "natural" Toffoli ter conversado com Pinheiro sobre a infiltração em sua casa já que, na ocasião, o empreiteiro era um dos homens mais importantes da República.
Velloso disse também que caberá à consciência de Toffoli se declarar suspeito para julgar ações envolvendo a Lava-Jato.
Impeachment
Velloso também comentou o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes, feito por alguns juristas ao Senado Federal. Para ele, trata-se de "outra bobagem".
O ex-presidente do STF disse que Gilmar Mendes é um jurista que tem prestado notável serviço. "Ele não é mineiro, é um homem de arroubos que fala o que pensa", argumentou.