Dívida de IPTU e capivaras da Lagoa da Pampulha esquentam debate entre candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte promovido ontem pela emissora Rede TV. O principal embate ocorreu entre os adversários Délio Malheiros (PSD) e Alexandre Kalil (PHS), que também foi alvo de acusações e críticas de outros concorrentes.
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Candidatos a prefeito de BH participam de debate com alunos da FumecCandidatos a prefeito de BH buscam votos até no feriadoCandidatos a prefeito em BH têm gastos de campanha abaixo do esperado Segundo colocado é alvo na reta final da disputa pela prefeitura de BH Délio Malheiros recorre a torcidas organizadas do Cruzeiro para tentar tirar Kalil do segundo turnoNovato na política e segundo lugar em pesquisas de opinião, atrás de João Leite (PSDB), Kalil tem sido foco preferencial dos ataques em debates e entrevistas. Foi Sargento Rodrigues (PSD) quem abriu fogo contra Kalil, logo no primeiro bloco, quando candidatos escolhiam quem responderia a uma pergunta.
Sargento Rodrigues afirmou que Kalil deve R$ 100 mil de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) à prefeitura e perguntou como ele faria para resolver essa pendência. Kalil assumiu que deve e partiu para o ataque. “Aqui nessa sala temos apropriação indébita, corrupção. Sou muito diferente de todo mundo”, rebateu.
Kalil tem reforçado a imagem de gestor eficiente e tem dito que não vai fazer obras, mas colocar para funcionar o que já existe. Kalil deu sequência ao debate, com pergunta para ao atual vice-prefeito Délio Malheiros.
Kalil questionou se o PSDB sabe ou não fazer um bom trabalho, já que, embora tenho sido base do prefeito Marcio Lacerda, os tucanos acabaram de desembarcar do governo.
A resposta do novato foi provocativa, acusando ainda os candidatos de se unirem para desgastar a imagem de Kalil. “Queria poder debater nu, nível melhor, mas não vão deixar. A função mais importante que já recebeu na vida foi cuidar de 50 capivaras. Quem não deu conta de cuidar de capivara não pode dar conta de cuidar de 2,4 milhões de habitantes”, reforçou.
A crítica foi em referência à tentativa de a prefeitura controlar a população de capivaras na orla, trabalho encabeçado por Malheiros. Na semana passada, houve a divulgação da morte de uma criança com suspeita de febre maculosa.
Numa dobradinha com Malheiros, Rodrigo Pacheco, que já havia criticado o fato de Kalil não prometer obras, voltou a atacar o adversário. O primeiro bloco do debate foi o mais quente.
PROPOSTAS
Nesses dois momentos, candidatos passaram a focar mais na discussão de suas propostas para a cidade, nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, combate à dengue e segurança. Reginaldo Lopes quer incentivar a economia criativa e solidária, além de repensar o trabalho informal. Marcelo Álvaro Antônio disse que vai fazer funcionar o Hospital do Barreiro.
Délio se comprometeu a limpar a lagoa da Pampulha. Pacheco falou de trazer recursos federais para o metrô, Sargento Rodrigues se comprometeu a concluir ciclovias. João Leite falou sobre ampliar coleta seletiva. Kalil quer recuperar drogados em centros de internação.
No quarto bloco, candidatos voltaram a fazer perguntas entre si. Entre os destaques, está Kalil questionando o fato de o PSDB ter lançado candidatura e ter participado do governo até um mês atrás.
Outro ponto quente foi quando Reginaldo Lopes disse a Pacheco que “golpista não gosta de ser chamado de golpista”, ao responder à pergunta do peemedebista sobre o fato de ele tratar em seu site de campanha sobre uma temática nacional do impeachment como um “golpe”.