Dezoito suplentes de deputados estaduais e federais nas eleições de 2014 devem estar tão ou mais ansiosos que alguns parlamentares que disputam cargos de prefeito em várias cidades de Minas Gerais. É que a vitória dos titulares nas urnas no próximo dia 2 vai significar para eles o passaporte para conquistar um mandato de dois anos no Legislativo. Na Assembleia, 11 deputados disputam cargos de prefeito ou vice em sete cidades – quatro deles em Belo Horizonte. Na Câmara, são oito mineiros tentando migrar para o Executivo em três municípios, cinco na capital mineira.
O vereador coronel Piccinini (PSB) pode se gabar de ter chance dupla de conquistar uma cadeira política. Além da reeleição que ele disputa para a Câmara de Belo Horizonte, ele ainda tem alternativas de sobra para chegar à Assembleia Legislativa. Basta para isso que um dos três deputados de seu partido que se candidataram a prefeitos em Uberaba, Patrocínio e Sabará sejam eleitos no mês que vem. Mas o coronel diz que quer mesmo é ser reeleito para a Câmara.
“Não faço exercício de futurologia e não criei expectativa em relação a isso (assumir um mandato na Assembleia Legislativa). O que eu quero mesmo é ser vereador de novo”, assegura o parlamentar, que planeja assumir um eventual mandato de deputado estadual apenas se não conseguir se reeleger em outubro.
O ex-deputado João Alberto Paixão Lages é outro que pode voltar para o plenário da Assembleia. E curiosamente, dois dos deputados que tiveram mais votos que ele nas eleições de 2014 vão se enfrentar nas urnas novamente: Paulo Lamac (ex-PT, agora no Rede) e Vanderlei Miranda (PMDB), ambos candidatos a vice-prefeito de Belo Horizonte nas chapas encabeçadas por Alexandre Kalil (PHS) e Rodrigo Pacheco (PMDB), respectivamente. Filiado ao PMDB, ele diz que espera ser beneficiado por uma vitória do colega de partido.
FIDELIDADE “Estou avaliando essa possibilidade (de voltar para a Assembleia) com naturalidade. Mas eleição é só depois da apuração. Apesar dos meus 38 anos, tenho mais de 20 anos de partido e não fujo das minhas obrigações políticas. Minhas preocupação é com a fidelidade partidária e a certeza de quem é o melhor para gerir Belo Horizonte”, afirmou João Alberto. Ele chegou a assumir o mandato por um ano e nove meses graças à indicação de deputados para secretários do governo Fernando Pimentel (PT).
O presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Gilvan Pinho Tavares (PV), também pode chegar à Assembleia Legislativa, desde que o deputado Sargento Rodrigues (PDT) seja eleito prefeito da capital mineira. Por meio da Assessoria de Imprensa, Gilvan afirmou que só vai comentar o assunto depois do resultado das eleições. O ex-deputado estadual Célio Moreira (PSDB) pode assumir um novo mandato se os colegas de plenário João Leite (PSDB) e Lafayette de Andrada (PSD) forem eleitos prefeitos de Belo Horizonte e Juiz de Fora, respectivamente.
SECRETÁRIO Quatro ex-deputados federais – suplentes de uma mesma coligação – estão na briga pela volta ao Legislativo. São eles Silas Brasileiro (PMDB), Wadson Ribeiro (PCdoB), Nilmário Miranda (PT). Para que pelo menos parte deles assuma o mandato, é preciso que sejam eleitos Margarida Salomão (PT), em Juiz de Fora, e Rodrigo Pacheco (PMDB), em Belo Horizonte. Até por uma questão partidária, é melhor para Nilmário Miranda torcer para a vitória de Reginaldo Lopes na capital mineira. Junto com ele, estaria eleita Jô Morais, indicada para vice-prefeita, abrindo três vagas para suplentes. Nilmário é hoje secretário de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania do governo Fernando Pimentel (PT).