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Parlamentares articulam volta de doação de empresa"O crime organizado estará nesta eleição", afirma ministroBastou o início de uma articulação no Congresso em defesa do retorno do financiamento privado das campanhas eleitorais para o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) anunciar uma reação. Em entrevista ao Estado de Minas, o ex-juiz Márlon Reis, um dos fundadores do MCCE e idealizador da Lei da Ficha Limpa, afirmou que o grupo fará uma grande mobilização para barrar qualquer possibilidade de volta dos empresários para as campanhas. Para Reis, a nova regra de doações que entrou em vigor nesta eleição, permitindo a participação de apenas pessoas físicas, está funcionando e, ao contrário do que muitos pensavam, está servindo para dar fim ao caixa 2. Isso porque, entre as novas regras, está uma que deu mais transparência às doações, publicando-as mais rapidamente na internet. “A ideia das campanhas caras sempre esteve atrelada à prática de corrupção no Brasil. A Lava-Jato demonstra isso”, disse. Depois de deixar o cargo de juiz em abril deste ano, Márlon Reis está atuando como advogado em causas eleitorais, especialmente na caça aos ficha-suja com base na lei que ajudou a construir e aprovar.
Como o senhor avalia essa articulação no Congresso para trazer de volta o financiamento das empresas para as campanhas eleitorais?
Era bastante previsível que isso acontecesse. Na verdade, a maioria dos membros da Câmara nunca engoliu direito a ideia da proibição de doações empresariais, justamente porque foram eleitos com o uso desse dinheiro.
Nesta eleição, os candidatos têm reclamado muito da falta de dinheiro, até demitiram funcionários. É possível fazer campanha sem financiamento de empresa?
É possível.
Qual o risco de ser aprovada uma proposta que traga de volta o financiamento empresarial?
O risco é muito grande, porque a estratégia que se afirma que será adotada é a de aprovação de proposta de emenda à Constituição, justamente porque o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da doação empresarial.
O que o MCCE fará em relação a essa articulação?
No momento, estamos acompanhando todos os passos do Congresso e alertando. Após as eleições, se houver qualquer menção de voltar com essa deformação, vamos fazer uma mobilização. O MCCE convidará toda a sociedade civil para se pronunciar contra isso e vamos continuar afirmando que nem mesmo com uma PEC isso é possível..