O presidente Michel Temer (PMDB) aproveitou, nesta terça-feira, o tradicional discurso de abertura da 71ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que de praxe é reservado ao chefe do Executivo brasileiro, para mandar um recado ao mundo: "o Brasil tem um compromisso inegociável coma democracia". Em discurso de improviso, Temer disse que o Brasil viveu "um processo longo e complexo" que culminou com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, "tudo (processo de impeachment) transcorreu dentro do mais absoluto respeito constitucional".
Temer destacou ainda que passado "este processo de depuração política", o compromisso do governo dele agora é retomar o crescimento econômico. "E a confiança já começa a ser restabelecida". avaliou.
Este foi o ponto alto do discurso do presidente, já no encerramento de sua fala, que citou o diplomata Osvaldo Aranha (1984/1960), ao lembrar da importância da ONU para a pacificação entre as nações.
De resto, Temer lembrou discurso de outros ex-presidentes ao pedir apoio das nações desenvolvidas aos países em desenvolvimento. Para tanto, criticou a política de protecionismo em vigor nas nações mais ricas do planeta.
Temer também fez alusão à importância da prevalência da política de direitos humanos. Conforme o presidente, o Brasil "é obra de imigrantes". Portanto, sentenciou o presidente, o país "repudia toda forma de racismo e xenofobia".
Temer também se referiu à velha chaga presente em boa parte do mundo, o tráfico de drogas e de armas. Diante desse cenário, pediu que as nações "trabalhem de mãos dadas" para combater o crime organizado.