O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se preparava para entrar ao vivo em uma videoconferência durante evento em seu apoio em Nova York quando recebeu a notícia de que a denúncia contra ele havia sido aceita.
Na sua fala, voltou a criticar a acusação, dizendo tratar-se de uma farsa, e que vai continuar lutando para provar sua inocência. "O que está acontecendo no Brasil não me abala. Só me dá mais vontade de andar mais e falar mais", afirmou Lula, para uma plateia formada por advogados, jornalistas e ativistas de direitos humanos.
Segundo ele, o Brasil vive momento de anomalia, onde o que menos importa é a verdade. Na transmissão, que também foi exibida ao vivo pela internet, Lula disse que é um homem de consciência "muito tranquila" e não quer privilégios. "Se alguém apresentar uma prova, não estou pedindo duas, apenas uma prova contra mim, quero ser julgado como qualquer cidadão brasileiro. Eu não quero privilégio, eu não quero mentira", disse o ex-presidente, arrancando aplausos da plateia, que gritava "Lula, guerreiro do povo brasileiro".
Presente ao evento em Nova York, o advogado que defende o ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, disse que o juiz Sérgio Moro perdeu a imparcialidade para julgar Lula. "Ele se tornou acusador, o que é incompatível com a função de juiz", afirmou. Martins disse que desde março o ex-presidente vem sendo submetido a diversas violações de suas garantias fundamentais. "Isto está aliado ao que há de mais atrasado no Brasil."
O advogado de defesa de Paulo Okamotto, Fernando Augusto Fernandes, negou irregularidades na contratação da empresa responsável por armazenar bens do ex-presidente e disse que vai recorrer da decisão de Moro. Por meio de sua assessoria, a OAS disse que não comentaria o assunto, o mesmo informado pelas defesas de Léo Pinheiro e Agenor Franklin de Magalhães. Os advogados de Paulo Gordilho e Fabio Hori Yonamine não foram localizadas.