Jornal Estado de Minas

Moro revoga prisão do ex-ministro Guido Mantega


A repercusão sobre o local onde o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso, nesta quinta-feira, fez o juiz Sérgio Moro revogar a prisão temporária. O ex-ministro acompanhava hoje a mulher, que luta contra um câncer, no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. No hospital da capital paulista, ela se preparava para uma cirurgia. Mantega foi preso na 34ª fase da Operação Lava-Jato.

Em seu despacho, Moro considerou, além da internação da mulher do ex-ministro, que "os fatos de que as buscas nos endereços dos investigados já se iniciaram". Depois de decretar a prisão de Mantega em agosto, segundo a força-tarefa, Moro decidiu suspendê-la por entender que as supostas coleta de provas contra o ex-ministro não ficariam prejudicadas, representanto risco para as investigações da Lava-Jato.

Porta de hospital

Mantega se entregou nesta quinta-feira aos policiais federais na porta do Hospital Albert Einstein, conforme informou a força-tarefa da Lava-Jato. Logo nas primeiras horas da prisão, havia a informação que Mantega teria sido capturado dentro do centro cirúrgico.

"Infeliz coincidência'


Nesta quinta-feira, em Curitiba, no Paraná, para onde Mantega seria levado, integrantes da força-tarefa deram uma coletiva para explicar detalhes da operação de hoje, que cumpriu 49 mandados, entre buscas e apreensão, prisão cautelar e condução coercitiva em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e no Distrito Federal.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse durante a coletiva que a prisão temporária do ex-ministro Guido Mantega hoje foi "uma infeliz coincidência". "Não há como não cumprir um mandado judicial", justificou o procurador, integrante da força-tarefa da Operação Lava-Jato, que inclui o Ministério Público, a Polícia Federal, a Receita e a Justiça Federal no Paraná.

Lima disse ainda que os mandados judiciais cumpridos na manhã desta sexta-feira foram expedidos em agosto. Porém, por "uma questão operacional' não puderam ser cumpridos no mês passado.
De acordo com o procurador, o empecilho foi a Olimpíada, realizada no Rio de Janeiro do 5 a 21 de agosto.

Sem constrangimentos


O delegado da Polícia Federal, Igor Romano de Paula, disse ainda que não houve nenhum tipo de constrangimento na prisão do ex-ministro da Fazenda nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Paula negou que Mantega foi retirada do centro cirúrgico por policiais federais. Segundo o delegado, a prova disso é que Mantega falou ao telefone com policiais federais que estavam na casa do ex-ministro, em São Paulo, para cumprimento de mandado de busca e apreensão. N|os centros cirúrgicos não são permitidos uso de celulares.

Paula informou que estavam na casa de Mantega, quando a PF chegou, uma empregada e um filho menor de idade do ex-ministro, de 16 anos. "Ele (Mantega) foi informado disso e pediu para acompanhar as buscas da polícia em sua casa", afirmou o delegado.

Também de acordo com o delegado, Mantega teve o pedido atendido e, em seguida, levado para a sede da Superintendência da Polícia Federal, de onde seria levado para a PF de Curitiba, no Paraná..