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Diretor da Odebrecht é alvo de condução coercitiva na Operação AcrônimoPF deflagra 7ª fase da Operação Acrônimo Sexta fase da Operação Acrônimo mira pagamento para campanha de PimentelSTJ adia novamente julgamento de recurso de Pimentel contra denúncia na AcrônimoPF deflagra a 11ª fase da Operação AcrônimoPolícia Federal deflagra 10ª fase da Operação AcrônimoSecretário da Casa Civil de MG diz que 9ª fase da Acrônimo é 'desnecessária'Nesta 9ª etapa das investigações, um dos alvos é o secretário de Estado da Casa Civil e de Relações Institucionais de Minas, Marco Antônio de Rezende Teixeira, juntamente com o presidente da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), Paulo Moura Ramos.
A Justiça expediu contra os dois mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois liberada –, mas ambos não estavam em casa. Marco Antônio está nos Estados Unidos desde o último dia 15 e Paulo Moura havia viajado nesta sexta-feira pela manhã com a família para o Rio de Janeiro.
Califórnia
De acordo com o advogado do secretário, José Sad Júnior, Marco Antônio está em férias na Califórnia, nos Estados Unidos, desde o último dia 15 e, informado da situação, antecipará a volta ao Brasil para prestar esclarecimentos à Polícia Federal.
"Só posso atribuir a uma coincidência infeliz a deflagração dessa fase da operação. A viagem estava marcada há muito tempo e agora, certamente, ele ela vai antecipar o seu retorno", disse o advogado.
O advogado também afirmou que desconhece os fatos que levaram à condução coercitiva do secretário. Na manhã desta sexta-feira, Sad Júnior foi à sede da PF, em Belo Horizonte, para conhecer o processo deflagrado hoje e, ainda, protocolar um pedido para remarcar os depoimentos de seus clientes. Ele contou que apresentou à Polícia Federal os cartões de embarque de seus clientes.
Sad Júnior dissse que os clientes nunca se recusaram a contribuir. Segundo ele, o secretário já foi chamado pela Operação Acrônimo para depor sobre a campanha eleitoral de 2014 há quatro meses.
Férias com a família
A Justiça também expediu mandado de condução coercitiva para Paulo Moura Ramos, presidente da Prodemge e sócio de Marco Antônio. O advogado José Sad Júnior, que também defende Moura, disse que seu cliente tenta retornar ainda nesta sexta-feira a Belo Horizonte para prestar esclarecimentos à Polícia Federal.
A Polícia Federal cumpre também nesta sexta-feira mandado de busca e apreensão na sede da Construtora OAS, em Brasília. A PF não informou o total de mandados que serão cumpridos nesta nova fase da Operação Acrônimo.
Chaveiro
A PF cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento de Marco Antônio Rezende, no Bairro Cruzeiro, Zona Sul de Belo Horizonte. Os policiais ficaram no local por toda a manhã.
Como o secretário estava viajando, o síndico ligou para a empregada da casa para que ela abrisse o apartamento. Também foi preciso chamar um chaveiro para abrir um quarto, que seria o de Rezende, e algumas gavetas.
No final da manhã de hoje, policiais federais deixaram o prédio onde mora o secretário carregando dois malotes.
O síndico disse que acompanhou como testemunha a busca da PF no apartamento do secretário, que começou por volta das 7 horas. Ele disse que não poderia falar sobre as buscas, já que foi arrolado como testemunha para acompanhar a operação.
Entenda o caso
A Operação Acrônimo está focada em dois inquéritos policiais que apuram dois eventos distintos da investigação. Um deles diz respeito à cooptação e pagamento de vantagens indevidas para fraudar licitações no Ministério da Saúde, beneficiando gráfica da propriedade de um dos investigados, o empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené.
O outro evento apurado na Operação Acrônimo é a interposição de empresa na negociação e pagamento de vantagens indevidas a agente público para obtenção de financiamentos de projetos no exterior pelo BNDES (República Dominicana, Angola, Cuba, Panamá, Gana e México) no interesse de uma grande empreiteira do Brasil.
Na época dos supostos fatos, ainda em investigação, Pimentel era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio no governo Dilma Rousseff, com ingerência no banco. Pimentel não é alvo da ação desta sexta-feira.
As ações da Operação Acrônimo são um desdobramento da investigação que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado relator do caso, ministro Herman Benjamin, determinou o encaminhamento de parte da apuração à Justiça Federal de primeira instância, por não envolver investigados com prerrogativa de foro naquela Corte, a exemplo do governador de Minas Gerais.