Os demais nove candidatos apresentam um índice bem abaixo dos dois primeiros colocados, o que indica que dificilmente chegariam ao segundo turno. Na terceira colocação aparece o atual vice-prefeito, Délio Malheiros (PSD), escolhido por 4% dos belo-horizotinos, um ponto percentual à frente do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), apontado por 3% dos eleitores. Os colegas de plenário Eros Biondini (PROS) e Luis Tibé (PTdoB) aparecem com 2%, e cada um dos demais – Sargento Rodrigues (PDT), Rodrigo Pacheco (PMDB), Vanessa Portugal (PSTU), Maria da Consolação (PSOL) e Marcelo Álvaro Antônio (PR) – têm 1% da intenção de votos. Os que pretendem anular o voto somam 21%. O percentual dos que ainda não sabem em quem vão votar é de 18%.
Os indecisos costumam ser alvo certo dos candidatos na reta final das campanhas, mas neste ano é pequena a expectativa de reverter o quadro. Pelo menos é o que diz o diretor do Giga Instituto de Pesquisa, Adriano Cerqueira. “O tempo foi curto e a legislação ainda restringiu muito as campanhas nestas eleições. Além disso, tivemos um momento conturbado na política (impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff). Com isso, o eleitorado não está muito mobilizado para a eleição. Pelas pesquisas que já fizemos, é mais fácil aumentar o número de abstenção do que algum candidato pegar esses votos”, avalia Cerqueira. Para se ter uma ideia, a pesquisa mostra ainda que apenas um terço do eleitorado, ou 35%, já escolheu o seu candidato a vereador. Mas o índice de quem não vai digitar um número nas urnas é 14%, bem menor que na disputa para o Executivo.
Quem é?
Uma das razões que podem ajudar a explicar a larga vantagem de João Leite e Alexandre Kalil sobre seus adversários é o alto grau de desconhecimento dos demais. Enquanto o tucano e Kalil são desconhecidos para 5% e 9% dos entrevistados, respectivamente, 65% dos eleitores nunca ouviram falar de Marcelo Álvaro Antônio. Outros 28% não fazem ideia de quem seja Luis Tibé e Délio Malheiros. Na outra ponta, João Leite é bem conhecido por 41% e Kalil por 39% daqueles que responderam à pesquisa. Os demais têm um índice bem inferior no mesmo quesito, como Délio (11%) e Tibé (14%). Rodrigo Pacheco, deputado federal de primeiro mandato, é bem conhecido de apenas 3%.
Para aqueles que disseram conhecer bem ou “mais ou menos” o candidato, os pesquisadores mediram o grau de adesão ou rejeição ao político. Com exceção de João Leite, em todos os demais casos a rejeição foi maior. Para quem sabe quem é o tucano, 43% admitem a possibilidade de votar nele. Kalil poderá ter o voto de 39% de quem o conhece, enquanto 48% rejeitam a hipótese de digitar seu número nas urnas no domingo que vem. Todos os demais candidatos têm índice de adesão entre 1% e 4% e de rejeição acima de 58%. Os números, no entanto, devem ser vistos com cautela: “A base estatística deles é menor, por causa do menor número de eleitores que afirmam conhecê-los”, explica Adriano Cerqueira.
Escolaridade
Os pesquisadores ouviram eleitores em todas as regionais da capital mineira. Uma análise dos dados revela que João Leite lidera na grande maioria delas, com destaque para a Oeste, onde é votado por 43% dos entrevistados. Kalil vence o tucano na Pampulha e Barreiro, onde é votado por 20% e 33% respectivamente. A avaliação por sexo mostra que João Leite tem mais votos entre as mulheres (28%), mas o índice é equilibrado em relação aos homens (24%). Já Kalil é muito mais aceito entre os homens (25%), enquanto 14% das mulheres votam no ex-cartola. “O Kalil tem essa característica de mobilizar o universo do futebol, tem um perfil bem machista. O que é ruim, porque coloca um limite para a candidatura dele”, diz o diretor do Giga Instituto.
Kalil é o preferido dos jovens entre 16 e 24 anos, mas é superado por João Leite em todas as demais faixas etárias. A maior diferença está entre aqueles com 60 anos ou mais: enquanto 28% vão digitar o número do tucano, 12% preferem Kalil. No quesito escolaridade, João Leite lidera com folga entre aqueles que concluíram o ensino fundamental e médio. Mas Kalil assume a dianteira do grupo de quem tem curso superior incompleto ou mais. Levando-se em conta a renda familiar, mais uma vez o tucano é o preferido, perdendo para o ex-presidente do Atlético apenas na faixa entre cinco e 10 salários mínimos.