São Paulo - O candidato a vice-prefeito na chapa de Major Olímpio (Solidariedade), David Martins, classificou de "bem chato" o apoio dado nesta terça-feira por integrantes de seu partido e do Sindicato dos Metalúrgicos, da qual é diretor, ao candidato tucano João Doria, na reta final do primeiro turno na corrida à Prefeitura de São Paulo.
Sem esconder a irritação com o fato ocorrido pela manhã, com a presença de sindicalistas da Força Sindical no evento do candidato tucano, David argumentou que o sindicato dos metalúrgicos é plural e, por essa razão, sempre organiza eventos para ouvir candidatos de diferentes siglas que disputam uma eleição. Contudo, admitiu que a declaração de apoio às manifestações de apoio que Doria recebeu é um indicativo de que alguns de seus correligionários podem "simpatizar com Doria".
Indagado se a estratégia de sua campanha tinha cometido algum erro, o vice de Major Olímpio argumentou que "há diretores que seguem outro caminho". E exemplificou dizendo que há diretores (do sindicato e ligados ao próprio Solidariedade) que se posicionaram contra o impeachment de Dilma Rousseff, enquanto o partido foi um dos que ajudaram a deflagrar o processo que culminou com a saída de Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República.
Apesar deste cenário, disse que está confiante de que a sua chapa possa disputar o segundo turno dessas eleições. De acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto Ibope e Datafolha, Major Olímpio aparece com cerca de 1% das intenções de voto. "Acreditamos até o último momento que é possível reverter, pois de cada quatro eleitores da cidade de São Paulo, três não sabem ainda em quem vão votar, é muita indecisão, as pessoas não escolheram ainda o seu candidato e acreditamos que com base em nossas propostas, seremos a esperança para o paulistano. Eu e o major somos ficha limpa, não temos envolvimento em corrupção, isso pode ser o divisor."
Emprego
David Martins disse que um dos maiores problemas a serem enfrentados na cidade é o desemprego. "Cerca de 17% dos trabalhadores ativos estão desempregados na cidade de São Paulo, o principal mote é a geração de emprego, vamos fazer um trabalho muito forte, criando oportunidades para o pequeno comércio e pequenos investidores nas periferias da cidade, criando parques industriais em torno dos rodoaneis", disse. Segundo ele, outra área que precisa ser encarada com prioridade é a da saúde. "A questão da saúde está um caos em São Paulo."
Na entrevista, o vice de Major Olímpio reiterou que sua chapa é contra a atual velocidade nas Marginais. "Não há condições de andar na atual velocidade". Indagado sobre a redução dos acidentes, com as novas velocidades, ele destacou que é preciso investir em educação do trânsito. "São Paulo virou uma fábrica de multas."
O candidato a vice na chapa do Solidariedade falou também sobre a reforma trabalhista em discussão no governo Michel Temer e disse que como sindicalista e trabalhador vai lutar para que não seja suprimido nenhum direito conquistado até agora. "Tudo que for direito do trabalhador vamos defender e combater, caso haja a retirada de alguns deles."