São Paulo (27), 27 - Em evento chamado de "Noite da Virada" pela reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), na Casa de Portugal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (27) que a vitória de seu ex-ministro significará uma forma de enfrentamento às políticas do governo do presidente Michel Temer.
Em um discurso de 13 minutos, o qual Lula disse que seria "o discurso mais curto" de sua vida, ele criticou a proposta de um teto para os gastos públicos, conforme proposto pelo governo federal. "É importante ter em conta que precisamos ter um prefeito sério, responsável, governando a cidade mais importante da América Latina e que pode fazer frente ao pessoal que por não saber governar só sabe cortar orçamento", disse Lula.
Para o ex-presidente, não é possível resolver os problemas da saúde e da educação zerando o crescimento nos gastos. Ele criticou aqueles candidatos que propõe melhorar a saúde apenas "com gestão".
Lula dirigiu críticas ao ministro da Educação, Mendonça Filho, pelas mudanças no currículo do Ensino Médio editadas por Medida Provisória. "Não vai ter Filosofia, Sociologia e nem Educação Física. Olha a qualidade dos nossos ministros e olha a qualidade do Mendoncinha", disse Lula.
O ex-presidente falou que a última coisa que o atual ministro fez foi aprovar o projeto que permitiu que Fernando Henrique Cardoso fosse reeleito em 1998, "a que preço a gente não sabe". Como deputado federal, Mendonça Filho foi autor da emenda da reeleição, um ano antes de FHC ser eleito para o segundo mandato na Presidência da República.
Lula atacou os dois adversários de Haddad que estão à frente nas pesquisas de intenção de voto. "O FHC disse na eleição passada que Dilma só tinha ganho porque o povo mais atrasado tinha votado nela. É impossível que São Paulo tenha tanta gente atrasada para votar no Doria e no Russomanno", afirmou.
Lula cobrou de Haddad, durante o discurso, que o candidato seja mais emocional nas suas falas para poder chegar ao segundo turno.