Principal alvo de ataques durante o debate entre os candidatos a prefeito de Belo Horizonte promovido pela TV Alterosa na noite de terça-feira, o ex-presidente do Atlético Mineiro Alexandre Kalil (PHS) chamou seus adversários de “bocas de aluguel” que estão apenas repetindo o que “grandes caciques” os orientou a dizer durante a campanha. “Aquilo não sai da boca deles até porque eles não têm capacidade de ataque. Eles são ventríloquos, que estão ou na prefeitura ou em Brasília”, disse o candidato, que é o segundo colocado em todas as pesquisas de intenção de votos, atrás apenas do deputado estadual João Leite (PSDB).
Para Kalil, os números apresentados pelas pesquisas mostram que a estratégia de seus adversários não tem dado certo. “Nunca ataquei ninguém porque na minha vida só fiz amigos e tive carinho. Eles estão acostumados, eles são aquele tipo de gente que nós vamos colocar desempregada agora. Então, esses velhos políticos infelizmente vão estar desempregados no final desta eleição.” Na tarde de ontem, o candidato recebeu em seu comitê representantes de três cooperativas de motofrentistas, que englobam cerca de 600 motoqueiros. Caso eleito, prometeu aplicar a legislação que prevê a regulamentação e fiscalização do setor.
A atual administração de Belo Horizonte também foi bombardeada pelos candidatos durante o debate da TV Alterosa. Vice-prefeito, Délio Malheiros (PSD) reclamou ontem que os adversários criticam a prefeitura como se nada estivesse sendo feito na capital. “Parece que nada funciona, e na verdade eles querem pegar carona em todos os bons projetos de Belo Horizonte”, argumentou Délio, citando a construção do Hospital Regional do Barreiro. “Dizem que vão pôr o Hospital do Barreiro para funcionar 100%, mas nós é que construímos. Dizem que vão construir Umeis, mas nós fizemos 128.”
Ele ainda lembrou que até pouco tempo o PSDB do candidato João Leite fazia parte da administração. “E agora criticam a gestão como um trampolim político e fazem uso eleitoral de certos assuntos”, disse. Mas aproveitou para criticar Kalil, que deve R$ 100 mil em IPTU para a Prefeitura de BH. Segundo Délio, a dívida ativa da PBH é de R$ 4 bilhões, em 180 mil processos. Um dos projetos de sua campanha é que os devedores possam quitar seu passivo por meio de prestação de serviços. Kalil, para ele, não poderia aderir ao programa. “Se ele soubesse fazer alguma coisa, ou a empresa dele tivesse idoneidade para prestar um serviço e pagar a dívida, seria o caso”, afirmou.
Centro de saúde
Acompanhado do prefeito Marcio Lacerda (PSB), Délio Malheiros fez uma caminhada pela Avenida Abílio Machado, no Bairro Alípio de Melo, na hora do almoço. Em conversa com comerciantes e pedestres, lembrou obras realizadas na região, como o Parque Ecológico Vencesli Firmino Silva, implantado por meio do Orçamento Participativo. E assegurou que o foco de um novo mandato, caso eleito, será construir um centro de saúde para atender à população da região. No fim da tarde, Délio se reuniu com Carlos Henrique Mascarenhas Silva, diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).
João Leite passou a tarde gravando programas, mas antes fez campanha na Avenida Silviano Brandão, polo moveleiro da capital mineira. Um documento com as principais reivindicações da Associação de Lojistas foi entregue ao candidato. Se eleito, prometeu dar “atenção” ao setor. “Este é um segmento muito importante para a cidade de Belo Horizonte, pois é um polo gerador de emprego e renda. Nós queremos, cada vez mais, fazer com que ele seja forte e, para isso, vamos revitalizá-lo, colocando mais segurança para que os comerciantes e as pessoas que utilizam a Silviano Brandão possam trabalhar e fazer suas compras com tranquilidade.”
Nova Pesquisa
Pesquisa Ibope divulgada ontem aponta que os candidatos à PBH João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) estão praticamente no segundo turno com 35% e 24% das intenções de voto, respectivamente. Em seguida, empatados, com 4% aparecem Eros Biondini (PROS), Luis Tibé (PTdoB) e Reginaldo Lopes (PT). Délio Malheiros (PSD) tem 3%, enquanto Marcelo Álvaro Antônio (PR), Maria da Consolação (PSOL) e Rodrigo Pacheco (PMDB) registram 2% cada um. Por último, com 1% cada, estão Sargento Rodrigues (PDT) e Vanessa Portugal (PSTU). Brancos e nulos somam 13% e não sabem/não responderam, 5%. O Ibope ouviu 1.001 eleitores entre o dia 25 e ontem. A margem de erro é de três pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TRE-MG sob o número MG-08555/2016.