Os seguranças foram contratados por meio de uma empresa terceirizada, a Provise, que faliu em 2013 e não pagou os funcionários. A Provise, por sua vez, foi contratada pela empresa de Doria. A Justiça entendeu, então, que a Doria Associados tinha "responsabilidade solidária" no processo e determinou que ele saldasse as pendências.
"Entrei na Justiça contra ele e a Provise. Eu trabalhava mais do que 16 horas por dia quando a gente ia para Campos de Jordão (onde Doria tem uma casa de campo). Durante o dia eu fazia segurança da família e à noite levava o filho mais velho para a balada. Saí com uma mão na frente e outra atrás", disse o segurança Clayton Dias.
Segundo ele, a Doria Associados tentou um acordo na segunda audiência no Fórum Trabalhista e lhe ofereceu R$ 40 mil. "Pelo cálculo do Fórum, a dívida era maior que isso. Fiz então uma contraposta de pagarem em dez parcelas, mas os advogados de Doria disseram que ele estava passando por dificuldades financeiras", afirmou Dias.
Nos processos, os seguranças alegam que as folgas não eram respeitadas e que quando estavam em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, chegavam a ficar até 30 dias sem descanso.
Defesa
Segundo o advogado de Doria, Nelson Wilians, quatro dos seis processos trabalhistas estão resolvidos e outros dois estão em fase de liquidação de sentença. "Já transitaram em julgado e estão na fase dos cálculos", explicou. Ainda segundo Willians, a Provise tinha um contrato de prestação de serviço de segurança com o empresário para atuar em São Paulo e Campos de Jordão, mas não honrou com os compromissos.
"A empresa de segurança emitia as notas e o João Doria pagava. Mas aí ela (Provise) deu um calote no mercado e não pagou os funcionários. Os seguranças então entraram na Justiça contra a Provise e a Doria Associados", disse o advogado. A Provise não foi localizada pela reportagem para comentar o caso.
Russomanno
As pendências trabalhistas com garçons de um bar em Brasília que pertenceu ao deputado Celso Russomanno, candidato do PRB, se tornaram tema de campanha. O caso vem sendo explorado nos programas de TV e rádio pela candidata do PMDB à Prefeitura paulistana, Marta Suplicy.