A violência contra políticos em campanha em Minas Gerais teve seu pico e ganhou os holofotes nesta quarta-feira, quando foram registrados pelo menos quatro atentados em cidades dos vales do Jequitinhonha e Rio Doce e na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ninguém morreu, mas duas crianças ficaram feridas e houve prejuízo financeiro. As tentativas de intimidar ou matar candidatos ocorreram por meio de incêndios e tiroteios.
Em Água Boa, no Vale do Rio Doce, os filhos do candidato a vereador Gervano Cordeiro de Souza (PHS) foram baleados no fim de um evento político O candidato diz ter escutado um barulho que pensou ser um foguete, mas, em seguida, percebeu que se tratavam de tiros que atingiram os meninos de 13 e 7 anos. O menor deles teve de passar por cirurgia e está em observação. O outro está fora de perigo. A motivação do crime será investigada.
(Confira a reportagem completa sobre Água Boa no site da TV Alterosa)
No mesmo dia, o prefeito de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, Gilberto Gomes da Silva (PPS), candidato à reeleição, foi o alvo de dois homens que passaram em uma motocicleta atirando em seu carro. Ele estava com quatro pessoas em um Fiat Uno. Os tiros atingiram as portas traseira e dianteira e o para-brisa. O prefeito se abrigou em um bar à espera da polícia.
Já em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o ônibus da dupla sertaneja Antônio Carlos e Renato foi queimado perto do Bairro Monte Verde. Antônio Carlos, que concorre a prefeito no município, acredita que a motivação tenha sido política.
O motorista foi rendido por quatro homens em duas motos e teve de deixar o veículo. Em seguida, eles colocaram fogo no ônibus. Antônio Carlos, que concorre pela primeira vez, disse que foi alvo de outros ataques desde que entrou em campanha. “Tenho só Deus do meu lado e o povo de Neves que quer mudança. Nunca tive problema nenhum, toda a vida fui aplaudido de pé, nunca precisei de segurança sendo cantor. Só agora que estou sentindo isso”, afirmou.
Ibirité
Em Ibirité, também na região metropolitana, o alvo foi o candidato a vereador Marcelo Adesivos (PHS). Ele teve de sair correndo para não ser queimado dentro do seu carro na Rua Bom Sucesso, no Bairro Durval de Barros. “Falaram para eu não fazer campanha naquela área e desobedeci, aí tentaram me matar”, afirmou o candidato.
Segundo ele, os homens chegaram a pé quando ele estava entrando no veículo, mas houve um estouro e Marcelo saiu correndo. O candidato a vereador disse que passará os últimos dias de campanha recolhido. “Vou ter que usar só a internet, porque na rua não tenho mais condição de sair. Hoje mesmo (quinta-feira) me mandaram uma mensagem anônima ameaçando, não sei se é real ou se é alguém se aproveitando da situação”, afirmou.
O Tribunal Regional Eleitoral informou que não houve pedido de envio de tropas federais para municípios mineiros. Já as possíveis solicitações de reforço policial são feitas a um gabinete de segurança institucional integrado pela Justiça Eleitoral, Ministério Público, Secretaria de Segurança Pública e Polícias Federal, Militar e Civil. O gabinete não fornece informações sobre os pedidos. Segundo o TRE, 43 mil policiais estarão nas ruas do estado no dia das eleições.