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Problemas aguardam prefeitos eleitosConfira expectativas de eleitores para o novo prefeito de BHEleição neste domingo decide destino das cidades em todo o paísDepois do mensalão e do petrolão, PT é um partido em mutaçãoOntem, sob escolta policial, caminhões dos Correios levaram cerca de 2 mil urnas eletrônicas em São Luís e região metropolitana, após uma onda de ataques a ônibus e locais de votação. Durante a madrugada, ao menos sete escolas onde haveria votação hoje foram incendiadas ou depredadas. As seções eleitorais foram transferidas para outros locais. O governo do Maranhão também reforçou a segurança em locais que foram alvo de atentados.
Em meio à onda de violência, o governo estadual anunciou que, além dos 7,5 mil integrantes das polícias do estado, 1,3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional farão a segurança nas proximidades e nos locais de votação.
Em mensagem divulgada ontem, o governador Flávio Dino (PCdoB) atribuiu a violência a “organizações criminosas querem amedrontar a sociedade para tentar retomar privilégios que tiveram no passado”. “Não aceitamos recuar um milímetro na implantação da disciplina e da ordem em nosso sistema prisional. Não cedemos a chantagens políticas ou de criminosos”, afirmou o governador. A recente onda de violência começou com uma rebelião no complexo penitenciário de Pedrinhas, no dia 24.
Entre janeiro de 2013 e o início de 2014, o complexo de Pedrinhas registrou 63 mortes, jogando luz sobre o problema carcerário brasileiro, não apenas do Maranhão. A penitenciária, com capacidade para 1.950 pessoas, abriga mais de 3 mil, segundo relatório divulgado em março pela organização não governamental Conectas. O documento indicou ainda que o local permanece superlotado e com relatos de tortura.
No Rio de Janeiro, os 14 assassinatos de candidatos à eleição chocaram o país. O caso mais recente foi na segunda-feira, quando criminosos invadiram o comitê eleitoral do candidato a vereador Marcos Vieira de Souza, o “Marcos Falcon”, e o executaram com tiros de fuzil. Falcon também era policial militar e presidente da Escola de Samba Portela. A polícia ainda está apurando a real motivação do crime. O reforço nacional no estado estará distribuído em 11 cidades, além da capital.
TEMA É PROBLEMA DE TODOS “Acho que vamos ter eleições em paz. Agora, todavia, não vamos esquecer que temos um quadro de insegurança. Não é uma insegurança do quadro eleitoral ou causada diretamente pela disputa eleitoral. O Brasil está vivendo um quadro de insegurança pública”, afirmou ontem o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, que, em companhia do ministro da Defesa, Raul Jungmann, visitou a capital maranhense para avaliar a situação e discutir o reforço da segurança. Mendes afirmou que o Brasil vive um quadro de insegurança pública que precisa ser colocado na agenda do governo federal. Segundo ele, o tema de segurança não é um problema apenas dos estados, mas também da União.
“As pessoas podem ir votar e devem votar sem medo. Uma das condições básicas do voto é a liberdade de fazer a escolha”, orientou Mendes. Ele lembrou que quase 400 municípios terão reforço das forças federais de segurança, classificando como “lamentável” o assassinato do candidato a prefeito José Gomes da Rocha (PTB), o Zé Gomes, em Itumbiara (GO), na quarta-feira. Também citou a Baixada Fluminense, onde nos últimos meses 14 pessoas envolvidas em campanhas eleitorais foram assassinadas na região.
CADEIA NACIONAL À noite, em cadeia nacional de rádio e TV, Gilmar Mendes voltou a garantir a segurança durante a votação. Garantiu que o TSE trabalha “incansavelmente” para garantir o caráter secreto dos votos. O ministro ainda condenou a compra de votos e destacou o avanço do processo eleitoral no país, com a identificação biométrica e as urnas eletrônicas. “Um sistema ágil, seguro e confiáve”, afirmou;.