Sâmela quer passe livre no transporte público para estudantes até o ensino superior. Amanda espera que o posto de saúde do Bairro Santa Tereza, na Região Leste, seja reativado. Maurílio sonha em se ver livre do fantasma da insegurança rondando a casa. Edilene teme a construção de terminal rodoviário no Bairro São Gabriel, próximo de onde mora. Taxista, Gilberto não quer mais a concorrência com o Uber. Fabrício torce para que o espaço para o carro possa dar passagem a ciclovias.
Esses são os anseios e desejos de alguns dos 1.927.460 eleitores de Belo Horizonte. É atrás do voto de cada um deles que os 11 candidatos à Prefeitura de BH travam, há 45 dias, uma batalha de propostas, debates e ataques, que tem hoje um de seus dias decisivos. O Estado de Minas rodou a cidade para saber o que quer, deseja e sonha o eleitor para os próximos quatro anos. E, como resposta, encontrou um desafio ainda maior para quem for escolhido para comandar a capital: conciliar interesses diante de demandas tão diversas. Para além de promessas históricas como a ampliação do metrô e a revitalização do Anel Rodoviário, o eleitor anseia por melhorias específicas que impactem diretamente em sua qualidade de vida. O próximo prefeito terá a missão de atender ao pedido da estudante Patrícia Lopes, de 21 anos, que deseja que a promessa do metrô saia do papel, mas também o do comerciante Álvaro Aparecido Júnior, de 59, que sonha em ver o Hospital do Barreiro a pleno vapor. Há ainda o da dentista Anna Paula Rezende, de 36, que almeja andar com a filha no carrinho de bebê pelas calçadas sem que isso seja uma aventura.
Independentemente de quem for eleito, o próximo prefeito de BH terá que resolver problemas como a ameaça da febre maculosa, mas também que atender às reivindicações da Associação Pipoqueiros Empreendedores de Minas Gerais. “Queremos a regulamentação da licença para os pipoqueiros trabalharem nas calçadas”, explica o presidente da entidade, Laudemir dos Santos, de 64. O prefeito terá ainda que enfrentar a falta de médicos na rede de saúde, como reclama a dona de casa Maria Auxiliadora Pereira, de 68, além de valorizar a cultura e incentivar os artistas belo-horizontinos, demanda do músico Alex Rodrigues, de 35. Fora as demandas do Batista, da Ana Beatriz, do Henrique... E aí, prefeito, vai segurar essa?