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Estado de Minas

Novo prefeito de BH só será conhecido no final de outubro

Na eleição mais pulverizada da história de BH, João Leite e Alexandre Kalil voltam a se enfrentar no dia 30. Tucano já fecha alianças e ex-cartola descarta apoio de caciques


postado em 03/10/2016 07:07 / atualizado em 03/10/2016 12:29

(foto: Rodrigo Clemente e Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
(foto: Rodrigo Clemente e Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Os dois candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte que chegaram ao segundo turno, o deputado estadual João Leite (PSDB), com 33,4% dos votos válidos, e o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil (PHS), com 26,56%, começam hoje a corrida pelos votos dos 1,9 milhão de eleitores para tentar suceder Marcio Lacerda (PSB) no comando da capital mineira.

O tucano chega com vantagem de apoios, contando provavelmente com a maioria dos partidos, que são alinhados ao senador Aécio Neves.

Já Kalil, ao seu estilo próprio, e concorrendo com a pegada do antipolítico, já anunciou que não vai querer apoio de nenhum cacique.

Para ampliar a diferença de menos de 10 pontos percentuais, o candidato do PSDB já mostrou que deve fazer uma campanha voltada para mostrar o que ele considera um “risco” de BH eleger alguém sem experiência.

Kalil mantém a estratégia de se desvincular da classe política, desgastada pelos últimos escândalos de corrupção. O resultado do cartola, que teve 40 segundos diários de tempo de televisão e um resultado surpreendente para um estreante, mostra que boa parte dos eleitores comprou a ideia.



João Leite disse que inicia hoje as conversas com os demais partidos e pode ampliar seu leque de alianças, mas vai atrás, sobretudo, do povo. “Fomos bem recebidos em todos os lugares que visitamos. Subimos montanhas e descemos vales. Agora tem um segundo tempo e vamos jogar colocando nosso compromisso com Belo Horizonte”, afirmou.

Já Kalil, que considerou impressionante o percentual conquistado de 26,5% dos votos, manteve seu discurso e disse que não quer apoio de nenhum cacique. “Você lutar sozinho contra dois senadores, um prefeito e um governador e ter 300 mil votos dessa população, com 20 segundos de TV, é um negócio absolutamente impressionante, até eu reconheço”, disse.

O resultado do primeiro turno da eleição mais pulverizada da história de BH e sem a participação de caciques foi a maior derrota para o PT na capital, desde que rompeu com Marcio Lacerda, que ajudou a eleger ao lado dos tucanos em 2008. Com 7,27% dos votos válidos, o PT termina o pleito em quarto lugar, sem conseguir chegar à segunda etapa e perdendo de partidos como o PHS, com Kalil, e o PMDB de Rodrigo Pacheco, que obteve 10,02% da votação.


Também Lacerda não conseguiu fazer o seu sucessor. Depois de trocar de candidato na véspera do registro – até então o candidato dele era o empresário Paulo Brant, que se filiou ao PSB só para isso –, viu o vice-prefeito Délio Malheiros amargar um quinto lugar, com apenas 5,45% dos votos.

Na região metropolitana, Contagem, além de BH, é a única cidade que terá segundo turno. Disputam o prefeito Carlin Moura (PCdoB), que chega com 27,8% contra 24,6% de Alex de Freitas (PSDB). Em Juiz de Fora, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB), que tenta a reeleição, e a deputada federal Margarida Salomão (PT) disputam a vaga no dia 30. Em Montes Claros, no Norte de Minas, a situação do pleito está sub judice por causa da impugnação do prefeito afastado Ruy Muniz (PSB), que não teve os votos computados. Sem eles, Humberto Souto (PPS) vence em primeiro turno com 54,9% dos votos válidos.


DERROTA PETISTA
A maior derrota para o PT, no entanto, foi em São Paulo, onde o tucano João Dória foi eleito em primeiro turno com 53,29 % dos votos, derrotando o prefeito Fernando Haddad (PT). No Rio de Janeiro, o bispo Marcelo Crivela (PRB) vai disputar o segundo turno com o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Em Salvador, ACM Neto (DEM), é o prefeito eleito em primeiro turno com um dos maiores percentuais de aprovação, 73,99 %.


Apesar do clima de tensão dos últimos dias e da requisição de efetivo das Forças Armadas, as eleições ocorreram de forma tranquila na maior parte das cidades. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), houve a prisão de 150 candidatos, a maioria por boca de urna. Outros 119 tiveram irregularidades, mas não chegaram a ser detidos. Minas Gerais teve o maior número de ocorrências, 43. Entre os eleitores, foram contabilizadas 2.015 registros policiais. No meio do dia, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse que as eleições no país ocorriam “a contento, dentro da normalidade”. Apenas 0,84%, ou 3.669 das 432.959 urnas eletrônicas usadas no pleito, precisaram ser substituídas. Onde houve identificação biométrica, 1.819 urnas foram trocadas.

Houve tumulto em Porto Alegre na seção de votação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Enquanto apoiadores lhe ofereceram flores, opositores chegaram a quebrar uma janela do local. Já o presidente Michel Temer (PMDB) driblou a imprensa e votou assim que as urnas foram ligadas na Pontifícia Universidade Católica (PUC) em Perdizes, Zona Oeste de São Paulo.


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