No levantamento, a avaliação de bom ou ótimo ficou em 14%, ante 13% da pesquisa de junho e se manteve em 39% os que classificaram como ruim ou péssimo. A popularidade de Temer só é superior ao período pré-impeachment de Dilma.
Diante da perspectiva de temas espinhosos serem discutidos no Congresso nas próximas semanas, o executivo sugeriu que o governo faça um debate objetivo com o País. "Se não houver um debate claro com a sociedade, isso poderá ser interpretado negativamente", destacou.
Segundo Fonseca, a pesquisa trimestral não mostrou mudanças significativas em relação ao levantamento de junho. Ele observou que a percepção do noticiário não mudou em três meses. No novo levantamento, 43% dos entrevistados disseram que o noticiário é desfavorável ao governo. O tema mais lembrado foi a reforma da Previdência (10%), seguido das manifestações contra o novo governo (7%) e as viagens de Temer (5%) à China.
Também não houve mudanças significativas nas áreas levantadas pela pesquisa. O governo Temer continua com pior avaliação na questão da política de taxa de juros e impostos: 77% desaprovam. Para Fonseca, chamou a atenção o grande volume de entrevistados que ainda não souberam ou não responderam e o fato da avaliação negativa ser maior que a positiva tanto na popularidade do governo quanto na avaliação pessoal de Temer. Boa parte também avalia que o governo do peemedebista é igual ao governo Dilma.
Entre os destaques da pesquisa está o fato de jovens de 16 a 24 anos registrarem a maior piora na avaliação do governo: subiu de 33% para 38% os que acham que o governo é ruim ou péssimo. Neste grupo, também cresceu a desaprovação da maneira de governar: de 54% para 60%. Para 49%, o governo do PMDB está sendo igual ao do PT.
A popularidade de Temer é maior no Sul do País: cresceu de 12% para 21% os que consideram que o governo é bom ou ótimo. Para 36% dos residentes no Sul, o governo Temer é melhor que o governo Dilma em oposição a 24% dos que dizem que está pior.
No Nordeste, 50% acham que o governo é ruim e 48% consideram o governo Temer pior que o de Dilma. Nos entrevistados com renda acima de cinco salários mínimos, 20% avaliam o governo como bom ou ótimo, 35% aprovam a maneira de governar e 32% confiam no presidente.
Fonseca acredita que, embora o governo tenha uma agenda difícil pela frente, sua popularidade pode melhorar, principalmente se o Planalto der exemplo reduzindo gastos. "Espaço para melhorar tem porque a popularidade é baixa", apontou.