Jornal Estado de Minas

Kalil busca apoio de novos vereadores para disputar segundo turno


Embora continue batendo na tecla de que não quer apoio de nenhum partido neste segundo turno, o candidato a prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) disse ontem que está se reunindo com os parlamentares eleitos para a Câmara Municipal. “Já começamos uma conversa intensa com os vereadores de BH. Esses que nós temos que conversar”, afirmou. Apesar disso, Kalil ainda não se encontrou com a cientista social Áurea Carolina (PSOL), a mais votada para o Legislativo, com 17.420 votos. “Soube que ela é brava ‘pra burro’. Ela tem que ser respeitada pela votação espetacular que teve. Oposição que quer conversar, nós queremos conversar”, disse.

E diálogos, pelo visto, não vão faltar. Uma das primeiras propostas defendidas por Áurea é de reduzir o salário dos vereadores, hoje em R$ 15 mil.
Até ontem Kalil não sabia o valor do salário de quem tem uma cadeira na Câmara e quando soube se mostrou surpreso, achando baixa a quantia, principalmente se ela for reduzida. “Isso é de uma profunda demagogia, sem relevância, uma bobagem”, afirmou, dizendo não prometer reduzir o que for ganhar caso seja prefeito, algo em torno de R$ 25 mil. Mas também não se importa se isso for uma decisão da Câmara.

Kalil esteve ontem no Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindmetro), e se espantou com os valores informados pela categoria para a construção de um metrô subterrâneo na cidade. “Eles me disseram que são US$ 60 milhões por quilômetro. É muito dinheiro. Vai ser uma luta”, avaliou, dizendo que, se eleito, vai primeiro tentar entender o porquê de o metrô de Belo Horizonte ainda não ter saído do papel. “Por que Salvador tem mais metrô do que BH? São Paulo tem, Rio tem, Porto Alegre tem.
Qual mal nós fizemos que o governo federal nunca nos ajudou em nada?”, questionou.

Para a presidente do Sindmetro, Alda Santos, o candidato se mostrou interessado em discutir o problema do transporte público na capital. “O último investimento no metrô foi em 2002, depois recebemos cerca de 10 trens que estão sucateados”, reclamou Alda. “Kalil também acha que era melhor ter investido em metrô do que em Move”, comentou a líder sindical.

ALIANÇAS
Sobre a decisão de Rodrigo Pacheco, terceiro colocado no primeiro turno, com 10,02% dos votos, apoiar João Leite (PSDB), Kalil afirma que isso não influencia em nada. “Havia transferência de votos quando os grandes líderes não tinham os desgastes que têm”, disse, garantindo estar tranquilo, apesar de Pacheco ser do partido do presidente Michel Temer e ter demonstrado ser muito próximo a ele. “O Temer foi muito claro e proibiu o governo federal de entrar nas eleições. Aqui ele vai conversar com o Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte, que ele vai ter que atender. Nós não vamos aceitar o abandono de BH mais.”

O candidato disse ainda que os ataques a ele continuam e que agora  estão divulgando pela internet imagens suas vinculadas ao símbolo do PT. “Já disseram que devo IPTU, que bato em mulher.
Depois vão dizer que sou pedófilo e, por fim, cruzeirense”, criticou, dizendo que as propostas é que darão voto. “Não adianta beijar governador ou vice-governador, isso não vai dar voto nenhum. É apresentar propostas para melhorar a vida de quem está sofrendo.”.