Em um cenário de descrédito na política – o que culminou no recorde de abstenções, votos brancos e nulos no domingo passado –, quatro partidos conseguiram aumentar o número de votos em seus candidatos a vereador de Belo Horizonte nos últimos quatro anos: PSDB, PHS, DEM e PMN. As outras 24 legendas caíram na preferência do eleitorado entre 2012 e 2016, principalmente o PT, que amargou uma queda de 69,9%.
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Os 1.462 candidatos às 41 cadeiras de vereador na capital mineira receberam 1.254.609 votos válidos no domingo. Brancos e nulos somaram 254.321 e outros 351.242 eleitores não foram às urnas. Em percentual e número absoluto, o PMN foi o que mais cresceu nestas eleições: saltou de 23.335 votos em 2012 para 67.799 este ano.
O DEM obteve mais do dobro de votos, saltando de 18.321 para 39.563. Mas ambos ficaram atrás do PSDB e PHS – outras duas legendas que tiveram mais votos no domingo em comparação à eleição passada e que receberam 83.793 e 82.665, respectivamente.
Uma justificativa certa para a votação nos tucanos e filiados ao PHS é que ambos tiveram candidatos fortes para prefeito – João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) –, o que repercute diretamente na eleição para o Legislativo ao atrair mais votos para os aliados e para o partido.
Na outra ponta, o PT teve uma queda de quase 100 mil votos na disputa pela Câmara. Se em 2012 os candidatos petistas receberam 138.754 votos e conquistaram seis cadeiras em Belo Horizonte, desta vez não passou de 41.747 votos, o que deu à legenda a eleição de dois vereadores.
Os baixos números registrados pela legenda em todo o país levaram o jornal inglês Financial Times a dizer que o PT sofreu “humilhação nacional” nas eleições. Outro partido que perdeu muitos votos neste ano foi o PSB do prefeito Marcio Lacerda.
Em 2012, quando os belo-horizontinos reelegeram Lacerda no primeiro turno e deram 167.072 votos à legenda, o PSB liderou o ranking e conseguiu seis cadeiras na Câmara. Neste ano, em que o PSB indicou o candidato a vice na chapa de Délio Malheiros (PSD), terminou na quarta colocação, com 72.665 votos e três vereadores eleitos. Délio Malheiros, que faz parte da administração de Lacerda, terminou a disputa no quinto lugar, com pouco mais de 64 mil votos.
Fidelidade partidária
Entre os 35 partidos que disputaram as eleições, o PTN recebeu 7,16% dos votos válidos. Para o presidente da legenda e da Câmara, Wellington Magalhães, a votação é resultado de trabalho realizado no último ano com os 58 candidatos a vereador.
De acordo com Magalhães, na terça-feira foi realizada uma reunião entre os eleitos e os derrotados. E foi acertado o compromisso de permanência na legenda até 2020. Sobre o fato de o PTN ser um dos partidos que perderam votos entre 2012 e 2016, o vereador foi enfático. “O descrédito que vivemos no Brasil se refletiu nas eleições. Há uma perda de credibilidade nos políticos”, disse ele.
Entre as sete legendas que disputaram uma eleição municipal pela primeira vez, apenas duas conseguiram eleger vereadores: o NOVO e o PROS, com um eleito cada. O NOVO obteve 35.550 votos, à frente de partidos tradicionais como PPS, PCdoB, PV e PTB. O PROS terminou com 30.830 votos.
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