O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a vitória de seu afilhado político, o prefeito eleito no primeiro turno das eleições em São Paulo, João Doria (PSDB), foi conquistada de maneira correta, com a prévia realizada na sigla para a escolha de seu nome.
Além de falar de Doria, o governador tucano disse que a vitória do PSDB em São Paulo "mostra também a derrocada do PT, que provocou o enorme desajuste fiscal, que acabou levando à atual crise econômica e desembocou no impeachment (de Dilma Rousseff), além das questões de natureza ética.
Na sua avaliação, a resposta da população da capital paulista, que elegeu Doria no primeiro turno dessas eleições, representa também a opção pelas novas lideranças, novos ares. "São Paulo tem pressa para retomar o emprego e avançar", destacou.
Alckmin afirmou que o prefeito eleito se apresentou como "não político", mas seu pai foi deputado federal pela Bahia, cassado, exilado e perseguido na ditadura militar. "A mensagem que fica de sua eleição é que precisamos buscar uma gestão melhor, não tem como aumentar mais impostos, a população está no limite, é preciso eficiência e redução de custos, fazer mais com menos dinheiro, fazer melhor", disse o tucano.
E disse que para fazer uma boa gestão pública não precisa ser só empresário, pois tem políticos que já fazem isso. "Precisamos fazer o que tem de ser feito. Infelizmente a política reúne muito picareta, muita gente ruim. A mensagem (vitória de Doria) é que precisamos de boa administração, responsabilidade, e aqueles que têm perfil de boa gestão, a população identifica rapidamente."
Eleição presidencial
Ao defender a realização de prévia que escolheu João Doria Jr. em São Paulo, Alckmin, disse que este processo não divide, mas agrega apoio. Apesar dessa defesa, o tucano evitou comentar sobre o fortalecimento do seu nome para essa disputa, após a vitória de seu afilhado político na capital e a utilização do instrumento de prévias para a escolha do candidato do PSDB que disputará a eleição presidencial de 2018.
"Não é hora de discutir eleição presidencial de 2018, o momento é de retomada de empregos no País", disse. Nos bastidores, contudo, o governador vem conquistando apoio para essa empreitada e defende que o nome do candidato que disputará a sucessão de Michel Temer (PMDB) seja escolhido por prévias. Além de Alckmin, estão também no páreo o atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, e o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Na entrevista, Alckmin justificou a sua defesa das prévias partidárias em uma eleição invocando o nome do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "Sempre fui fã do processo americano de primárias, só nos EUA Obama poderia se eleger presidente (por esse instrumento), pois é negro, tem sobrenome Hussein e nasceu no Havaí."
Segundo o governador tucano, as prévias permitem o surgimento de novas lideranças, a exposição de novas ideias e a escolha deixa de ser cartorial e passa a ser ampla e democrática.
A entrevista de Alckmin foi ao ar na manhã desta sexta-feira, mas foi gravada na quarta-feira, dia 6, às 13h30.