O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta sexta-feira, 7, que respeita e admira a ex-presidente Dilma Rousseff na esfera pessoal, mas entende, que do ponto de vista institucional, "houve equívocos" na relação com a petista.
Leia Mais
União fará possível para colaborar com os Estados, diz TemerTemer diz que base aliada venceu ''fantasticamente'' as eleiçõesNão há teto para saúde e educação e oposição deveria ler texto da PEC, diz TemerO jornalista aproveitou para perguntar a Temer o que ele sentia pela ex-presidente. "No plano pessoal sinto todo o respeito e consideração. No plano institucional, penso que houve equívocos na relação", afirmou o peemedebista.
O presidente lembrou que o PMDB lançou, no fim de 2015, o documento "Uma Ponte para o Futuro", programa com propostas para a área econômica. "Propusemos várias medidas que poderiam ajudar o governo", afirmou o presidente. Segundo Temer, na época o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse a ele que havia quatro ou cinco medidas ali que deveriam ser usadas no governo. Mas, de acordo com Temer, o documento acabou sendo visto como um instrumento de oposição à administração petista.
Lava-Jato
Temer deu mostras de que não pretende manter em sua gestão eventuais citados em delações premiadas no âmbito da Lava Jato. Na entrevista, o peemedebista foi indagado sobre o fatiamento dessa operação, nesta quinta-feira, 6, no STF, e da hipótese do surgimento de novos nomes ligados ao seu governo em futuras delações - à exemplo do que ocorreu com os ex-titulares das pastas do Planejamento e Turismo, respectivamente, Romero Jucá e Henrique Eduardo Alves.
"Foi interessante.
O presidente voltou a dizer que não tem "a menor intenção de interferir em matéria do Judiciário" e que "respeita solenemente" as decisões que se dão no âmbito da Lava Jato. "Quem estiver sendo investigado responderá no inquérito e numa eventual denúncia", disse. Contudo, criticou o fato de se condenar antecipadamente quem aparece nas delações: "Quando se delata a pessoa é (apontada como) condenada."
Beltrão
Temer voltou a defender o novo ministro do Turismo, Marx Beltrão, que tomou posse na última quarta-feira, 5. Como tem feito em declarações recentes, o presidente fez questão de dizer que o alagoano não está envolvido na operação Lava Jato. Ele ainda afirmou que Beltrão deverá ser absolvido do processo que responde no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Quando se fala em Marx Beltrão, não se fala em Lava Jato", afirmou o peemedebista.
O presidente se mostrou confiante quanto à possibilidade de absolvição do novo ministro. "Tudo indica que ele será absolvido no Supremo, que não haverá condenação. Nunca sabemos o que Supremo vai decidir, mas tudo indica absolvição", disse Temer, minimizando a situação. "É mais uma medida administrativa. Por isso optei por nomeá-lo, porque era uma demanda da Câmara", completou..